Total de visualizações de página

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O dia que que desafiei a Deus.



Numa madrugada fria, de céu totalmente estrelado, caminhava já na madrugada avançada pelas ruas da minha cidade Lajeado.
A cidade, por consequência, completamente vazia, poucas luzes acesas nas casas pelas quais caminhava sem destino certo.
Aquela minha inquietude, falta de sono, tinha uma razão: estava brabo, com raiva, e cobrando respostas de Deus,
Muitas eram as perguntas que fazia a Ele, sem ao menos O deixar dar qualquer tipo de resposta. Eram perguntas e mais perguntas, em sua maioria queixas minhas em relação a minha vida, provas que acreditava Ele estar me impondo. Queixava- me de não ter coisas que as outras pessoas tinham, sejam elas materiais ou não.
Mas me queixava mais ter não ter podido viver um relacionamento de verdade, de amor com alguém. Perguntava por que Ele me privava da oportunidade de poder encontrar alguém, de poder amar a essa pessoa, amar, apenas isso, não queria uma coisa além de amar, simplesmente isso, afinal, não tinha sido Seu filho que nos ensinou de que deveríamos amar, amar e amar?
Quando estava caminhando sobre a ponte do rio Taquari, que liga as cidades de Lajeado e Estrela, como estava completamente só, sem uma viva alma por perto, parei no meio deste e gritei bem alto, o desafiando a descer e me encarar, desafiando a provar a Sua existência. Entra tantas coisas que disse, perguntei por que de Ele não descia e me encarava frente a frente, afinal, comandar as coisas ai de cima, e ficar apenas me ferrando aqui em baixo, era fácil, queria ver Ele descer, em encarar de frente e me dar as respostas as minhas perguntas e inquietudes.
Quando gritei mais uma vez, bem alto, onde tu tá? Porque não desce? Venhas me prove que Tu existe...
Ao final desta última frase uma estrela enorme, de um brilho que chegou a iluminar a minha volta, cai do céu, deixando um rastro enorme, em forma de cauda, que não se desfez tão rapidamente....
O silêncio após isso foi  “barulhento” demais para meus ouvidos... Confesso que não me borrei nas calças porque não estava necessitado...gelei... Não tive mais coragem de dar um passo em qualquer que fosse o sentido a continuar minha caminhada, muito menos em levantar meu olhar em direção ao céu.
Demorou um pouco a me recompor, não do susto, mas sim do medo. Aos pouco retomei o caminho de volta pra casa, e nunca mais não só O desafiei, mas como duvidei de Sua existência.
Hoje quando me lembro deste episódio, vários são os sentimentos e interpretações que me veem a mente. Os sentimentos de medo, susto e de que Deus poderia ter ficado brabo comigo, não duraram mais do que aquela noite, pelo contrário. Vi nesta experiência de que Deus nada mais quis do que tentar resgatar uma, uma única alma, a que naquele momento, quem sabe, estava se perdendo, uma, apenas uma entra milhões, bilhões de almas, naquele momento a minha estava a se perder, assim como Jesus sempre pregava de que temos que buscar aquela ovelha perdida. De que para Ele, TODOS somos seus filhos, e que, portanto, temos o mesmo amor que um Pai bondoso tem por cada um de seus filhos, sem distinguir ninguém, somos todos importantes e amados por Ele. Ele quer a todos, e assim sendo, Ele queria também a mim.
Foi uma experiência única que tive a maior benção e privilégio de poder ter vivido.
Se foi uma mera coincidência....? Poder ser,... porque não?...mas pensando bem, porque não não?

Passos largos...



Quando era criança, meus 7, 8 anos, costumávamos passar os fins de semana em Porto Alegre, na casa dos meus avós maternos, Victor e Sylvia.
Eram momentos maravilhosos, afinal na casa da minha avó, sempre era e foi, o ponto de encontro de toda a família, onde ainda meus tios mais novos, Beto e Ester, não estavam casados e a casa estava sempre cheia, com a presença ainda da minha bisa Emma e da nossa empregada Helena, que era parte da família de verdade.
Lembro que todos os domingos pela manhã, logo cedo, meu avô tinha que ir buscar o carro na empresa da família a umas 10, 12 quadras, uma vez que na casa não havia garagem para todos os carros da família. E não foram poucas vezes em que fui convidado e aceitava sempre a acompanhar meu avô quadra após quadra, em passos formes e largos, me obrigando a dar dois passos a cada um dele, o que me deixava orgulhoso de estar em sua companhia. Sentia- me assim primeiro porque meu avô sempre estava bem vestido e arrumado, sempre de gravata e paletó, sapatos bem limpos e lustrados e o som de seus passos na calçada me transmitiam confiança e segurança.
Essas caminhadas, eram e tinham por objetivo, buscar o carro, para que ele nos levasse aos domingos pela manhã aos cultos na Igreja Luterana São Paulo. Lá ouvia as inesquecíveis mensagens e sermões do Pastor Leopoldo Heimann, que mesmo eu ainda criança, na minha interpretação, suas palavras faziam todos os sentidos, e que de forma reduzida, transmitiam de que Jesus deu sua vida por nós, que seu amor pelo semelhante deveria nos servir de inspiração e exemplo. De que nada nesta vida vale mais do que estar em paz com a gente mesmo, errar o menos possível, pedir perdão por nossas falhas, erros e pecados, de que ele nos havia preparado um lugar bem melhor para quando partirmos desta vida, e que acima de tudo e de todos, seu Pai, Deus, nos  receberia em seu reino celestial.
Assim, tive de criança, esta base espiritual, que me acompanha até os dias de hoje e como testemunho, posso dizer que me trouxe de volta ao caminho do bem , quando em determinado momento da minha vida me desviei do caminho do bem, no caminho mais justo, no caminho da bondade e da luz.
Quando pensava que minha vida não tinha mais sentido, significado e razão para mais nada e mais ninguém, senti  dentro de mim aquelas palavras lá no fundo do meu coração voltarem a fazer sentido, me reconduzirem ao caminho um dia percorrido e que tinha a certeza de ser o caminho certo de tantos confortos e bênçãos.
Dia desses, no nosso encontro mensal na igreja, o Pastor me perguntou qual teria sido meu  maior e mais valioso presente já recebido, já que estamos em época de fim de ano e Natal. Respondi de imediato, de que sem dúvida, meu maior presente foi esse, que meu avô Victor e minha avó Sylvia me deram quando criança, o ensinamento deste caminho, de termos fé em alguma coisa, alguém, cremos e confiarmos em uma religião em um só Deus.
Posso dizer que Deus já me deu inúmeras provas de Seu amor, de Sua existência e mais do que tudo, de seu amor por mim, sim, eu, apenas mais um neste Seu mundão cheio de almas, das mais variadas e dos mais variados continentes.
Essa foi minha resposta a pergunta feita pelo pastor. Isso, uma coisa tão pequena, simples, singela, mas de um significado maravilhoso, enorme e sem preço.
Não tive tempo de poder agradecer por este presente aos maus queridos avós, mas quem sabe um dia, junto deles e do Pai celeste, tenhamos, como Ele prometeu a oportunidade deste tão esperado reencontro.

“ Na maravilha do mundo, desde as pequenas as mais exuberantes criações da natureza, impossível olhar para o céu e não acreditar de que existe um Deus, e acredite, Ele olha por cada um de nós”.

Amor de infância.



O inocente amor de infância...
Quem de nós, de idade um pouquinho mais avançada, não tenha vivido aquele amor de infância?
Não que tenhas a pretensão de saber as respostas e motivos deste tipo de amor hoje não existir mais, mas lembro-me saudosamente e muito carinhosamente dos bons tempos de colégio, principalmente, onde era mais comum nos permitirmos a esse lindo e puro sentimento de amor.
Tudo começava, em cruzar o olhar com aquela menina em que a gente mais simpatizava e geralmente quando ela não estivesse olhando, entre uma explicação de um ou de outro professor, com a imagem dela no olhar, tentar criar um mondo de fantasias, bonito é verdade, onde já conseguíamos mesmo que ainda distante, imaginar, sonhar em juntos sermos e termos uma família.
Normalmente, em forma de desenhos, isso uma professora me disse, pedindo- me até no ultimo dia de aula se poderia ficar com o meu, era representado em sua maioria naquela casinha colorida, de janelas com cortinas de bolinha, um carrinho, quase sempre um fusquinha, na garagem, um verde e grande gramado na frente da casa, uma chaminé, e nas minhas em particular, uma antena de televisão.
Assim, representava em desenhos, minha ideia e concepção de “família feliz”!
A cada novo traço no desenho, a cada trocar do lápis de cor, a cada movimento das mãos, junto estava a imagem guardada num coração puro e inocente, a imagem da colega que sonhávamos poder viver tudo aquilo. Tínhamos a certeza de que relacionamentos seria isso, ou mais ou menos isso, e encontraríamos aquela colega de escola, com ela e somente ela e começaríamos e fazer planos, para um futuro não tão distante e seríamos felizes para sempre.
Seria mais ou menos assim. Filhos acreditem, igualmente sonhávamos com isso, mas o engraçado é que a “forma” de fazermos os filhos, não era o mais importante, poderiam vir nossos filhos pela cegonha que já estaria de bom tamanho. 
O amor, bem como as formas de demonstração deste sentimento, na época, não estava ainda vinculado ao sexo. A forma de amor, pelo menos para mim, era bem diferente, talvez pelo não conhecimento, ainda, do gosto do “fruto proibido”, hahaha.
O que fazia o coração disparar, a boca ficar seca e a perna  tremer, era em primeiro lugar a trocar de olhares, aquele sorriso um tanto tímido e discreto, a troca de bilhetinhos de mensagens muitas delas sem  sentido, ou as mais variadas bobagens a respeito do nosso dia a dia, como temas, o que vai fazer no fim de semana ou quem sabe, de forma mais ousada, é “ se pensa ou gosta de mim”.
Quem não se lembra, da primeira vez que depois de muito criar coragem, se permitir a um “pegar na mão”? Nossa, era simplesmente maravilhosa a sensação de tamanha intimidade.
Com as mãos dadas, ao que tudo então indicava que o único e próximo passo a seguir, seria o de pedir em casamento, já que todos os planos estavam ali, dentro de nossa imaginação e coração.
O passo seguinte ao primeiro beijo? Ah, isso é outra história e um passo bem mais longo a se dar, não é e nem era bem assim, pegar na mão hoje e já sair beijando, ora essa, onde já se viu? Afinal ela era apenas minha “namorada” e beijar seria algo “bem mais sério”.
Nas reuniões dançantes, a tarde é verdade, igualmente eram tomadas e movidas no balanço e no ritmo das músicas, de uma inocência saudosa e muito querida.  Lembro que a menina nos segurava pelo pescoço e nós, meninos pela cintura e entre a gente, caberia tranquilamente mais um casal hahaha, tamanha distância entre a gente. Mas valia então pelo que de mais nos importava e  buscávamos, a troca do olhar, ver a brilho dos olhos de quem estávamos  “apaixonados”, o sorriso de canto de boca disfarçando mas entregue assim que as covinhas de seu rosto a denunciasse.
Tínhamos ao findar deste encontro, a certeza de duas coisas, de que cada um voltaria a sua casa e que na segunda feira voltaríamos a nos encontrar, tendo passado um fim de semana inteirinho, de sonhos distantes que nos transportavam a uma cidade de sonhos onde aqueles desenhos antes expressos em folha de papal, tomavam forma e ainda trazíamos a esses sonhos a sensação do toque da sua mão, o cheiro perfumado de seu cabelo, a voz encantadora quando pronunciava seu nome e o olhar, que na nossa interpretação era do mais verdadeiro, sincero e profundo amor.
Não me lembro de quando me dei conta de ter passado por esta fase, e de quando perdi essa inocência que tanto alimentou de forma tão pura minha doce e querida infância, não, não lembro, infelizmente.
Quando nos damos conta, a vida se apresenta de forma muito diferente, onde por vezes, nem sempre aquele antigo sentimento e maneira de ver o mundo e as coisas, é o mais adequado, por que com ele, ficamos vulneráveis aos sofrimentos impostos pelo mesmo tipo de sentimento, e que por incrível que possa parecer, não sabemos em sua grande maioria de como supera-los, mesmo mais velhos e experientes.
Não são poucas vezes em que me deparo com uma vontade enorme de voltar no tempo, reencontrar aquela menina, aquela colega, em que um dia, quem sabe na minha mais verdadeira forma de ver o mundo, as coisas e esse sentimento chamado de amor, a tenha imaginando fazer parte daquele desenho de linhas não tão retas e de pintura não respeitando muito os limites do desenho, mas que com certeza alguma coisa lá no fundo
me diga de que sim, aquele era o nosso lugar!


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Qual o valor de uma amizade?



Quanto vale uma amizade?
A quem você chama de amigo?
Entendes o significado disso? Desta espécie de “união”?
Ou quem sabe, falamos amigos, quando na verdade queremos dizer que são nossos “conhecidos”?
Um fato dias atrás me fez parar pra pensar o passo de amigo e conhecido, suas diferenças na verdade e de como usamos amigo, de forma equivocada e errada, isso, na minha opinião da coisa.
Um “amigo” trocou uma amizade de muitos anos, amizade? Será? Bom, trocou esta amizade, de encontros semanais para um churrasco, cervejinha, colocar as fofocas em dia e dar ótimas rizadas por um pequeno “metro” de área útil de seu estabelecimento comercial.
Sim, por UM metro acaba se uma amizade de muitos anos.
Quanto vale uma amizade? Qual o valor que você dá a ela? As suas?
Costumo dizer, e ter como princípio em  minha vida, que amizade deveria ser para sempre, claro as pessoas que considero amigo. Claro que do decorrer de uma vida, existem diferenças, desentendimentos, brigas...
Mas sempre deixei meu orgulho de lado, e olha que não é pequeno, de lado, quando vejo que errei com um amigo, (aqui deixando claro de que me refiro a amigo e não conhecido), já colocando a cada um no seu devido lugar.
Muitas vezes me pego perguntando, se realmente todos nós temos um preço! Sim, um preço pelo qual vendemos nossa alma, nosso casamento, nossa lealdade,  opiniões, integridade, honestidade, caráter...
No caso do meu amigo, a amizade deles, um deles é verdade, chegou ao seu preço, quando o “custo” do metro foi maios que mais de 20 anos de amizade. Pena, tão pouco, tão barato...
Nos meus amigos, raros é verdade, os quais chamo  verdadeiramente de amigos, penso em estar mantendo essa amizade em dia, leal e sempre verdadeira. Com o passar dos anos, nossas experiências e visão mais ampla da coisa, por consequência, “recolocamos” antigos “amigos” numa classificação de “conhecidos”. É verdade que “promovemos” tantos outros a “amigos”, o que é de certa forma, muito bom.
Costumo ser leal aos meus amigos, mesmo que em determinados momentos, os tenha dito coisas duras que não eram as que eles quisessem ouvir, mas sempre fui assim, direto e seco, curto e grosso. Já arrumei inimizades por ser assim, meu pai sempre me aconselhava, de que eu deveria ser mais “político” maleável e mais temperado em minhas colocações, isso em todos os sentidos. Várias foram as oportunidades em que conversávamos a respeito disso, e sempre tinha de mim a mesma resposta:
- Não adianta pai, não consigo ser diferente, dizer o que não sinto, o que não acredito e o que defendo e creio, sei que o custo disso muitas vezes é caro, mas melhor ser assim, porque eu consigo assim, estar em paz comigo mesmo.

Não é fácil, num mundo tão agitado e individualista, hoje existir a quem podemos chamar de amigo, mas acreditem, que nada mais confortável e maravilhoso, do que um verdadeiro abraço de um AMIGO.

Adeus ano velho, feliz ano novo.


Sim, final de ano, início de um ano novo. Nele, muitas vezes vinham juntos, no pensamento, desejos e sonhos, coisas melhores,  sonhos que quem sabe poderiam ser realizados ou ainda, porque não, coisas ruins deixadas para trás no ano que estava chegando ao seu final.
E como eu, me dava conta disso? Como que conseguia sentir de “verdade” ou quem sabe “na pele” esse novo ano que se aproximava?
Nas farmácias, sim, nessas mesmo, quando em seus balcões, estavam ali, a nossa disposição, os famosos “Almanaques” Sadol, ou de outras marcas, que estavam ali, com suas curiosidades, piadas, fases da lua, dicas de lar, e até os melhores dias para a pesca.]
Sim, adorava ver que mais uma vez estavam ali, a nossa disposição, gratuitamente, pegava sempre e os lia de cabo a rabo, normalmente nas leituras de banheiro, nossa quanta saudades e que bons tempos.
Eles foram a dada novo ano, se tornando mais escassos, diminuindo de tamanho, quantidade de páginas e assuntos, até, creio eu, porque nunca mais os vi, a virem a sumir de vez dos balcões das farmácias.
Farmácias essas que igualmente mudaram, os remédios mudaram de nomes, de cores e formas. Sim, quem sabe, tenho as vezes lá minhas dúvidas, mas quem sabe hoje mais modernos, eficazes, rápidos em suas ações. Mas sou do tempo nostálgico, e de certa forma, romântico das farmácias. Os atendentes usavam jalecos com marcas “tradicionais” como FONTOL, MELHORAL, BAYER ASPIRINA, BIOTÔNICO FONTOURA,  OLINA, nossa e tantos outros medicamentos que eram obrigatórios em qualquer farmacinha de casa.
Além de ter nas portas das farmácias, eram sempre de portas de correr, pantográficas, grades, que nas beiradas, sempre engraxadas para manterem a sua lubrificação, eram colocadas propagandas, quase sempre do Melhoral, afim de evitar com que as pessoas se encostassem e viessem a se sujarem com a graxa ali existente.
Sim, ao fundo, o barulho da caixa registradora, o cheiro de medicamento no ar, hoje o cheiro predominante é das perfumarias, quase sempre aqueles fedidos sabonetes Dowe, que se acumulam aos quilos nas gôndolas logo na entrada. 
Lâmpadas na sua maioria, daquelas fluorescentes, compridas, que quase sempre um ou outro reator com defeito, dava um barulho chato como o de uma cigarra antando a pleno pulmões.
Propagandas de papelão penduradas por fios de nylon, terminavam  assim a decoração das românticas farmácias, onde quase sempre, se podia confiar, pela responsabilidade e experiência do atendente, nas “dicas” e “diagnósticos” para nosso mal naquele momento.
Hoje as românticas farmácias são poucas, raras, inexistentes.  Hoje os velhos balcões de madeira nobre, dão lugar ao tal MDF, ou aço inox e vidro. As luzes são modernas e mais brilhantes, e os atendentes pouco, ou muito pouco sabem, claro, devido a igualmente mudança de tempos, hábitos, mas nem por isso de responsabilidades.

Sou das antigas, sempre fui, e gosto disso. Sofro é verdade, mas não me importo, afinal, meu sofrimento é sabido sua origem, e mesmo sem encontrar mais os Almanaques nas românticas farmácias e Drogarias, me permito a buscar na memoria o como foi e era maravilhosa essa época, mas que nos dias de hoje, nem por isso, desejar sempre um ano novo melhor pra mim, meus familiares e as pessoas que amo e que quero bem.

O último telefonema.



Creio que não temos mais nada a falar...
Gostaria que não me ligasse mais, por favor, nunca mais...
Sei que tens meu nome em sua agenda, e que tens essa necessidade de me procurar e falar comigo, saber de mim, esperas respostas minhas, mas hoje não as tenho, infelizmente, não posso te prometer nada, hoje não, quem sabe um dia...
Por favor, eu te imploro...não me ligue mais...senão serei obrigado, o que não gostaria, de ter que chegar ao limite de trocar meu número de telefone, ai sim, não terias mais como me encontrar...pense nisso...me de um tempo, preciso deste tempo, não me cobre, não se sufoque por favor.
Fico tentando buscar na memória se já tive uma mulher assim, se um relacionamento igual ao nosso tenha se mantido por tanto tempo, juro que não encontrei,  és a única e creio que sempre serás, única e eternamente assim...
Engraçado de como me ligas incansavelmente sem ao menos termos tido a oportunidade de um encontro, um jantar, ou até quem sabe uma noite de amor...
Cada vez em que o telefone toca, meu coração dispara...seria você?  Seria a doce mulher e voz angelical chamada Fátima? O que ela iria querer desta vez? Que tipo de proposta me faria agora para ter de mim o que mais quer e deseja?
Por mais que tente, bem que gostaria, não consigo imaginar um futuro entre nós dois. Existem coisas que sabemos que não daria certo, e você assim tão insistente, não combina com minha maneira de ser e viver...
Fátima....lindo nome, fico imaginando pela linda voz de como deves ser uma mulher encantadora, maravilhosa, cheia de planos com uma vontade enorme de querer realizar sonhos entre eles o de me convencer de que preciso pagar minha prestação atrasada para sair do SERASA.
Mas repito, hoje eu não posso...
Não me ligue mais...


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Quando o Natal era bom.

É chagado o Natal, festa maior da cristandade, nascimento de Jesus, alguém por acaso lembrava-se deste detalhe?
Sempre curti demais o natal, este clima todo de fim de ano, tudo ia se encaixando de forma perfeita, fim de ano no colégio, férias a vista, vitrines e lojas decoradas, bem como as ruas, falo do tempo que Lajeado até tinha uma decoração contagiante, que eram os famosos sinos feitos na carpintaria da escola João Batista de Mello.
As arvores, nas ruas, exalavam um cheirinho inconfundível de natal, com aquelas florezinhas, amarelinhas bem pequenininhas. O cheio adocicado e inconfundível do Jasmim, a temperatura, o clima, as músicas e claro, a “esperança” de um presente que sonhado ou não, poderia estar logo ali debaixo da arvore de natal da casa dos meus avós.
Assim foram se seguiram os belos e mágicos natais, com todos os ingredientes que a cada dia somavam se a outros, a fim de termos a certeza de que estávamos no caminho certo da melhor noite do mundo.
Não me esqueço, da mesa grande da cozinha da casa da minha avó Sylvia, que junto com outras tias, ou sempre uma empregada querida, começar a confeccionar as “bolachinhas” de natal, com aquelas bolinhas coloridas por cima, aquele cheirinho de massa, aquele imenso amor colocado como um ingrediente a mais a cada nova bolachinha terminada e levada ao forno.
Ao fundo, caso uma tv estivesse ligada, a trolha sonora era ou os comerciais de natal da Varig, Lojas Manlec, Caixa Econômica Estadual, Banco Nacional, Lojas Masson e tantas outras lojas e seus jingles esperados por um ano todo a junto podermos cantarola-los tamanha magia que eles nos proporcionavam.
Mais uns dias, era chagada a hora de arrumar o pinheirinho, esse sempre comprado, junto com meu avô Victor, numa esquina da Av. Presidente Roosevelt, aquele pinheiro alemão, de espinhos, o clássico, único. A briga sempre era para coloca-lo de pé na lata de óleo, com tijolos pra não cair. Começava então a se abrir as caixas de sapato, onde lá estavam as bolinhas, umas já pra lá de conhecidas pela idade de cada uma delas, outras, a tristeza de terem quebrado de um ano para outro, mas a montagem começava mesmo assim, desfalcado ou não haha.
A “briga” começava com a tal da iluminação. Não pensem os mais jovens que as lâmpadas eram baratas e simples como hoje. Não, UMA não estivesse funcionando, queimada, NENHUMA funcionava. Começava então a “procura pela lâmpada queimada” que nada mais nada menos era pegar uma nova, que tínhamos a certeza de estar boa, e rosqueando um soquete de cada vez, até achar a que estivesse queimada. Era divertido no fim das contas.
Pronto, cheirinho de natal nas ruas, férias do colégio, lojas e vitrines enfeitadas, bolachinhas prontas, árvore a espera dos presentes entregues pelo Papai Noel...era só esperar a noite de natal.

Na tão esperada noite, nada neste mundo existia de mais importante, bonito, perfeito e se me fosse dada oportunidade de um pedido ao Papai Noel, que ela durasse para sempre.
Estávamos todos lá, juntos, felizes, reunidos, sem distâncias, indiferenças, todos estavam exatamente onde cada um deveria estar. Íamos até a igreja, para participar da noite de celebração do nascimento de Jesus, que era quase sempre, na forma de um teatro, apresentação, nestas quase que em 100% participei, porque tínhamos isso muito forte dentro da gente, a noite de natal, só poderia ser completa se antes tivéssemos es bênçãos de Deus, e abraçar aos amigos queridos membros da nossa igreja.
A volta pra casa parecia uma eternidade, parecendo que as ruas tinham aumentado de distância, porque não aguentava mais esperar pra saber, ver, abrir os presentes isso se o bom velhinho, teria ou não deixado pra gente. E não é que ele sempre lembrava de todos nós? Que coisa maravilhosa isso...estavam lá, caixas, de diferente cores e tamanhos, e em cada uma delas um nome escrito, qual dessas seria a minha?
Começava então a entrega dos presentes, meu nome parecia sempre que era o mais difícil de ser lido, nossa que demora e aflição, mas valia sempre a espera, na grande maioria das vezes, Papai Noel foi muito generoso comigo.
Abertos os pacotes, estar alegres com os presentes recebidos, não tinha mais nada a não ser sentar a mesa, junto com todas as pessoas queridas e que amo, e jantar, ter uma maravilhosa ceia de natal, abraçar, beijar e se permitir ser alegre e sim cantar o Noite Feliz.

Guenther Manfred Heirich Kolbe.

Quem já não tá cheio de ouvir frases do tipo: “Não deixe pra amanhã o que poder fazer hoje”, “O importante é o agora”, “Viva o hoje, o agora”, e por ai vai...
Pois é, frases ditas, em tempos de facebook postadas a rodo, na simplicidade do copiar e colar. Mas o que será que na verdade, frases como essas querem verdadeiramente dizer?
Uma das respostas, senti, sinto e li hoje. Hoje estaria comemorando mais um aniversário, se estivesse vivo, Guenther Manfred Heinrich Kolbe, casado com a prima Carmen e que bem antes, mas bota muito antes mesmo do combinado, 67 anos, bota cedo nisso, acabou nos deixando.
Mas ai parei um pouco pra pensar e buscar na memória quem foi esse cara. Cheguei a conclusão, triste conclusão, que não convivi com ele o tempo que a vida me proporcionou a ter vivido. Na memória, vem sempre aquele sorriso no rosto a cada nova oportunidade de nossos encontros. Confesso, que nunca vi o Guenther de mau humor, ou melhor, sem aquele sorriso no rosto, como que fosse assim sua marca registrada. Junto deste sorriso, vinha uma mão forte estendida a minha e ao toque de ambas, o convite para um abraço, sempre foi assim, esse era o Guenther.
Veio nossa mudança a Lajeado, e com isso nossa mania de achar que “grandes” são essas distâncias. Nos conformamos em saber que o Guenther está lá, bem, feliz, vivendo sua vida em Porto Alegre e isso nos basta.
Pois então hoje, quando lembramos de seu aniversário, lembramos que acomodado eu fui, e de como não seria e teria grandes dificuldades em pegar o carro e dar om olá até ele. De quantas não foram as oportunidades de bater grandes e bons papos, de ter aprendido, sabido de coisas, das mais variadas, minhas como criança, que ele poderia ter me contato a sua versão.
Dizem que sabia fazer um galeto como ninguém, pois é...nem isso tive a felicidade e oportunidade de conhecer e hoje recordar com imensa saudade.
Deve ser mais ou menos por ai, quando nos damos conta, a vida passa num piscar de olhos, tonando um simples aperto de mão e um abraço, como coisas hoje já impossíveis de serem realizadas e sentidas.
Meu querido primo Guenther, hoje é teu aniversário, me veio recordações carinhosas ao teu respeito, entre elas que torcias fervorosamente pelo teu, meu, nosso Internacional.
Pude ter me despedido de ti quando partiu, mas como seria bom, poder ter tido tantos outros abraços, apertos de mãos, e junto com aquele sonoro e inconfundível “óhhhh”.
Feliz de quem deixa saudades, deixa exemplos, deixa lembranças. Feliz de quem que com menos preguiça do que eu, pode conviver mais tempo contigo, e ter aproveitado bem mais o grande cara que fostes. Quem sabe hoje, no teu aniversário, tenhas, mesmo que distante mais uma vez, me ensinado um senão o, significado do aqui e agora.
Feliz aniversário meu amigo, num lugar bem melhor do que estamos, isso eu tenho certeza.

Uma última vez.

Não lembro da última musica que dançamos juntos naquela noite...queria poder mesmo distante, sonhar novamente com aquele momento. Quem sabe não lembre pq me permiti a acreditar que teria mais uma noite como aquela...não tive, não tivemos. Não imaginei que aquele seria o primeiro e o último momento de estarmos a sós, te tocar, te sentir, de certa forma, a minha, te ter... Mas mesmo que por uma noite, uma única noite, valeu viver tudo aquilo, na certeza de que não passei por esta vida sem sentir na pele e no coração o verdadeiro significado de estar apaixonado e da palavra amor. Deveria apenas, antes de partir, ter te dito: "eu te amo".

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

80 anos hoje de meu velho e querido amigo e pai Ricardo Hoeper.

Pois é....
Hoje, tu, meu querido pai e amigo, estaria fazendo aniversário, e com certeza poderia sim estar ainda com a gente, se quem sabe tivesse fumado um pouquinho menos, é, só um pouquinho menos poderia hoje estar comemorando 80 anos.
Mas devo confessar, e sabes bem disso, que não lembro de ter passado um único aniversário junto contigo, pelos mais variados motivos, afinal, em paz, paz, paz e de boa, tipo 100%, raríssimas vezes é que as coisas foram assim.
Mas tivemos outras oportunidades de termos podido comemorar outras coisas, porque sabes que a cada novo encontro nosso, comemorávamos sempre a nossa maneira como sendo uma festa.
Mas hoje pela manhã, meu telefone tocou, na agenda que indicava 18 de novembro, teu aniversário. Ai muitas coisas me voltaram as lembranças, e quem sabe por isso, não tinha me dado conta no sábado, me deu uma enorme saudades e senti muita falta tua, inquietando meu coração, sendo ele, coração, acalmado com uma viagem sem rumo, sem destino e que por sorte, vim a conhecer  um lugar lindo, simples, mas maravilhoso, como se tivesse eu saído até do estado do RS, e ter podido passar a tarde num lugar que me fez muito bem e principalmente me trouxe muita paz ao meu coração e inquieta saudade.
Muito bem, não sei de verdade, se hoje, nos teus 80 anos, estaríamos juntos para poder te abraçar e te desejar um especial dia e desejar um feliz aniversário, sinceramente não sei. Mas estejas onde estiver meu velho pai e amigo, saibas, que muitas coisas, principalmente nas centenas de cartas, todas essas guardadas, muitas deles hoje fazem sentido, são por mim compreendidas e como se tivesse, em sua imensa sabedoria e inteligência, de QI altíssimo, ter a cada uma delas escrita sabendo que chegaria o dia em que as entenderia cada uma delas e cada uma ao seu tempo e se encaixando nos mais variados momentos e conflitos da minha vida.
Tu é o cara, foi o cara, e hoje tenho a mais verdadeira a nítida certeza de que sim, fomos grandes amigos, assim costumávamos nos tratar, como amigos, mas hoje deixo sair pra fora um enorme orgulho e saudades de ser teu filho.
Feliz aniversário meu pai Ricardo Hoeper, cara sempre infinitamente a frente de seu tempo.
Divido esta data especial com cada um de vocês queridos amigos, virtuais ou não, aqui do FB.
Obrigado por lerem isso e lembrarem que meu pai passou por esta vida e deixou saudades.
Boa noite.


sábado, 10 de agosto de 2013

Mais um Dia dos Pais...

Mais um “Dia dos Pais”, inevitável, digamos de um modo um pouco mais atento, não lembrar seja do meu ou dos nossos pais.
Sempre que isso ocorre, penso se tenha deixado alguma coisa não dita, não resolvida, não declarada...mas não, penso que não, nada entre meu pai e eu ficou para trás.
Sim, poderia quem sabe, termos podido viver mais tempo juntos, ter aproveitado mais, convivido mais, já que ele e minha mãe se separaram em 1976, logo quando viemos a Lajeado, eu na época, com 11 anos, o que complicava um pouco ir até onde ele foi morar e viver, um tanto longe de Lajeado.
Outra coisa que me incomoda, foi o fato dele ter morrido sozinho, num quarto de hospital, isso sim me deixa triste, já que com minha mãe, vi sua partida e pode confortá-la de certo modo, isso sim, em relação ao meu pai, me entristece.
Mas fora isso, ele sempre costumava dizer que éramos mais amigos do que pai e filho. Acreditava que a amizade entre as pessoas, uma vez que podemos escolher e ter afinidade com eles, é que criam-se laços bem mais fortes, já que pai e filho, é por força da natureza e não é sujeira a devolução...aceita-se ou não kkkk.
Nesta nossa “amizade”, pude ou pudemos, ter nos confidenciado as mais diferentes coisas, segredos e sentimentos. Contamos e compartilhamos segredos, estes além de discutidos e as vezes analisados, a certeza de que estaria guardado para sempre.
Com meu velho, pude muitas vezes rir, chorar, amaldiçoar as coisas, as pessoas, a vida, tudo... mas sempre depois de me ouvir sempre com toda sua atenção, vinha o contrapondo de minha raiva, angústia, desespero e inquietudes...e sempre, não sei como ele conseguia, me fazia na maioria das vezes mudar de opinião, a transformar quase que no inverso o sentimento sentido a poucos minutos...coisas de RH, como ele costumava se chamar...
Sim, não ficou nenhuma coisa a ser resolvida ou para trás... mas que ele faz uma falta danada, isso sim, não tem palavras muitas vezes a descrever tamanha dor e saudade.
Ah sim, claro, tivemos brigas homéricas, brigas feias mesmo, sem agressões, lógico, mas tivemos vários desentendimentos, afinal, ele não era fácil de lidar e eu então...imagina juntos. Mas mesmo com nossos temperamentos fortes, orgulhos e egos, cada um com o maior possível, nunca ficamos sem resolver essas pendengas, sejam elas, em outros dia discutidas ou sem combinar, como de de comum acordo, não tocávamos mais em determinados assuntos...ao “nosso” modo foi assim a melhor maneira de resolvermos...
Mais um “Dia dos Pais” então amanhã...comercialmente falando, já que pai, mãe, irmãos, família é e sempre serão todos os dias do ano de nossa existência...pelo menos penso assim. Mas amanhã é mais um dia em que vem a mente os mais variados sentimentos e saudades, passa um filma na cabeça da gente, imagens de momentos bons convividos, compartilhados, na escola, em casa, na rua, no trabalho... Vem a lembrança ensinamentos, uns aprendidos e até hoje colocados em prática e me dou conta que muitos deles transmitidos da mesma maneira ao meu filho querido Pedro Filipe. Vem a minha mente, e muitas vezes transformados em gargalhadas solitárias, momentos únicos que só nós dois somos testemunhas e cúmplices, mesmo que em várias e várias madrugadas na pensão Refatti em Ibirubá ou simplesmente numa mese de bar, nas mais variadas cidades e lugares.
É meu pai, é meu amigo, nada ficou pra trás, e que bom ter este sentimento em relação ao tempo em que pude conviver contigo, mas o gosto de quero mais, nossa, bota gosto nisso...
Na minha fé, no que acredito, me conforta pelo menos crer na bondade de Deus, e na certeza do nosso reencontro, seja onde for, mas neste reencontro e ai sim, imagina quantas coisas legais temos pra colocar em dia, eu o que ainda fiz por aqui e tu, de onde estiver, aprendeu e terás que me mostrar... Com certeza Ricardo Hoeper, (RH), será um encontro e tanto...

Beijo carinhoso e com muito amor e saudade ao meu pai, único...ah...bota único nisso, e que tive a sorte de vir ao mundo por ti...não poderia ter sido melhor...

sábado, 8 de junho de 2013

A primeira vez...


Existe "a primeira vez" para muitas coisas... A mais famosa, aquela que ninguém esquece, nem sempre é a melhor ou a mais marcante e significativa. Mas a primeira vez em que te vi, em que meus olhos te descobriram, com certeza foi não só a minha primeira, mas sim a verdadeira e "única vez". 

Significado.



Depois daquela noite, saístes da minha vida sem explicação, sem ao menos se despedir...sem olhar para trás. Não tive tempo de agradecer pelo amor que me fez sentir e muito menos de poder guardar na lembrança o cheiro do teu perfume. Restam me agora lembranças, de uma única noite, de um único momento, de uma única oportunidade de poder entender o que significa amar sem ser amado. Pode parecer ruim, mas não é, porque quando se ama, nada, ou quem sabe tudo na vida faz o verdadeiro sentido.

Última noite...


Não lembro da última música que dançamos juntos naquela noite...queria poder mesmo distante, sonhar novamente com aquele momento. Quem sabe não lembre pq me permiti a acreditar que teria mais uma noite como aquela...não tive, não tivemos. Não imaginei que aquele seria o primeiro e o último momento de estarmos a sós, te tocar, te sentir, de certa forma, a minha, te ter... Mas mesmo que por uma noite, uma única noite, valeu viver tudo aquilo, na certeza de que não passei por esta vida sem sentir na pele e no coração o verdadeiro significado de estar apaixonado e da palavra amor. Deveria apenas, antes de partir, ter te dito: "eu te amo". 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Abraço.



Ontem foi o "Dia do Abraço"!!! Nem sabia que existia...
Então...qual foi teu melhor abraço?
Aquele da mãe que te abraçou num momento de tristeza em que só naquele de mãe é capaz de termos e encontrar o conforto como que sobre esse abraço nenhum tipo de coisa ruim é capaz de penetrar?
Ou aquele abraço do pai, mais forte, mais protetor, no sentido de que podem vir que aqui nada me atinge? No abraço que se mistura na admiração de força e no espelho do que um dia quer poder dar o mesmo abraço?
Ou no abraço do irmão, sim naquele abraço mais cúmplice de coisas boas sentidas e compartilhadas???
Abraço de um amigo então? Aquele de que temos a oportunidade de escolher a dedo a quem queremos como um irmão? Aquele que quem sabe até sabe mais que os próprios manos???
Ah sim, o abraço se chegando lá de um filho...puxa...que abraço bom, esse sim, repleto de coisas boas mas sim, de muitas responsabilidades...ohhh se tem...
Mas e aquele abraço a quem amamos de verdade? Aquele que abraçamos com força, amor, desejo, tesão e muita entrega? Aquele abraço que no mínimo buscamos poder sentir a igualdade em sia intensidade.... Ah esse abraço é bom...esse é diferente, esse mexe com muitas coisas que existem por ai os mais variados nomes para isso...
Seja como for, o abraço é sim, uma grande terapia, conforto, cumplicidade e troca de energias e calor. Um abraço vale sim, mais do que mil palavras...e que melhor ainda, se vier acompanhado de uma respiração no mesmo ritmo e calor que o próprio esteja ali aquecendo a cada uma das partes da extremidade das mãos. braços e peito...
Sinta-se então, abraçado.

No Pronto Atendimento...


Ontem estava com meu filho no, P.A, Pronto Atendimento do hospital, como sempre nesta época, vem junto os problemas respiratórios dele.
Foi então que um senhor, faixa dos 60 anos, entra em estado crítico, estava enfartando, literalmente a vida estava ali terminado a frente das pessoas que aguardavam a serem atendidas por problemas bem menos graves.
Foi então que outro senhor, que já teve seu enfarto, chamou um enfermeiro, que de pronto levou o paciente imediatamente a ser atendido enquanto sua filha ainda de costas dava entrada a parte burocrática da coisa, nome, endereço, telefone, estado civil, sexo etc...
Ali na minha frente, estava assistindo a uma vida estar quase que chegando ao fim e foi então que me segundos um filme passou na minha mente...
Dos mais rotineiros, do tipo "Vale a pena Ver De Novo", aqueles de refletir sobre meus maus, péssimos hábitos alimentares, meu peso acima, e por ai vai...sempre na condição que segunda feira a coisa vai mudar.
Mas também um outro filme passa na cabeça da gente em momentos assim: E como está a minha vida? a outra? A sentimental...espiritual...meus sentimentos, secretos, reservados ou não, minha essência daquilo que sou, quero, desejo, sinto...amo...
Vi que num picar de dedos, tudo por ter um fim, pronto. acabou, terminou, segue a vida, segue o baile, segue a música...
Isso muitas vezes me assusta... Como estou eu com meus sentimentos? Como estou eu com o que quero de verdade? Como estou eu com o que insiste em me chamar atenção do tipo: ei tu ai, vai ou não vai?
A vida definitivamente é curta, rápida demais...
Como devo então administrar meu tempo? minhas coisas? meus sentimentos...e porque não, realizar aqueles sonhos que sempre acabamos deixando pra outra hora, para um outro momento?
Terei tempo pra isso? Teremos tempo pra isso?
Dizem o tempo ser relativo, mas de verdade o que seria isso?
Relativo no que? Para que? Porque?
Tempo...tempo...dar tempo ao tempo...pode o tempo não ter mais tanto tempo assim...e que perda de tempo...tanto tempo jogado fora...

Por um minuto...



Por um minuto podes ter a oportunidade de voltar no tempo...
Mas para onde voltaria?
Para viver o que foi bom e voltar a viver?
Ou voltar para um momento ruim e poder mudar o que dele se resultou?
Difícil escolha...difícil decidir...
Por ser assim é quem quem sabe não temos o ontem e nem o amanhã, apenas o hoje, e que no hoje temos a oportunidade de sempre fazer o que deve ser feito, sem medos...sem privações...sem covardia, apenas usando a emoção, os sentimentos acima da razão.
Pela razão, quando tomamos nossas decisões, creio que um dia esta eterna, hipotética "oportunidade" nos assombre como o mais cruel dos algozes, sedento por nos atormentar por não termos dado ouvidos e agido com que de melhor cada um de nós tem dentro de si que é o nosso amor...esse sim, o único sentimento que não podemos mentir a nós mesmos.

Naquele teu olhar...

Uma manhã fria...
Poderia ser como qualquer outra...normal...sem nada demais...
Mas foi então que paramos...
Nossos olhares por um minuto voltaram a se cruzar...
Não sei o que sentiu...quem sabe nunca saberei...talvez até nem queira...
Mas naquele momento, apenas senti...
Que não és ainda uma mulher...
Continuas a ser uma menina, linda, por vezes um tanto perdida...
Que imaginas já estar pronta e segura de seus sentimentos...engano...
Não precisas ser uma mulher para seres segura de si mesma...
Porque os olhos não mentem jamais...
Os teus refletem a mais linda e terna menina, que meus olhos um dia já cruzaram o olhar...
O olhar que quem sabe jamais esquecerei, porque um dia sonhei em serem para mim....

quinta-feira, 4 de abril de 2013

10 anos...

Hoje meu filhote Pedro Filipe, ta comemorando 10 anos de vida...nossa, como o tempo voa. Lembro como se fosse hoje o dia em que recebi a notícia de que seria pai. Logo eu??? Quem a muito tempo havia desistido de ter tamanha responsabilidade, logo eu que estava é mais preocupado e interessado comigo mesmo do que com qualquer outra pessoa. Logo eu, que não tinha estrutura emocional, mental e sem falar de uma enorme depressão ter agora um filho...
Mas em nenhum momento, me passou pela cabeça de que te abandonaria, de que não fosse bem vindo e de que então, faria o que fosse preciso pra encarar tamanho desafio.
Passaram se então os 9 meses mais aguardados da minha vida. Quando fomos fazer uma eco, o médico perguntou: Querem saber o sexo? Sim, respondi imediatamente...e ele disse, parabéns é um menino. Foi então a primeira vez que chorei de felicidade, pq não vou negar que sim preferia um filho, coisa de pai, futebol, colorado, essas coisas...
Logo logo a barriga da mãe foi crescendo e cada dia podíamos sentir que estavas já se movimentando, ora com chutes e em outros momentos, uma mexida geral, principalmente quando colocávamos um som da caixinha de música pertinho ou eu falava contigo, e não foram poucas as vezes em que te contei histórias e conversei contigo, de quanto te amava e estaria aqui fora te esperando louco pra te encher de beijos e abraços.
Era quase chegada a hora de tu vires a esse mundo e ainda, nada de nome...aliás, nasceu sem ter um nome, sabe como é teu pai em decidir certas coisas... Pois é, na porta do quarto, tinha apenas a identificação de que era um menino e sem nome...mas não deixou de ser diferente kkkk. Queria te dar os seguintes nomes, que me lembre: Érico, Ricardo, Humberto, Victor, Eduardo, mas tudo fui voto vencido...Até então que pensamos em Pedro, que de imediato a dinda Deborah 
disse: Isso, Pedro, pedra, minha base, meu alicerce, meu apoio... O tempo corria, afinal, não poderia sair do hospital sem nome... Pedro...mas Pedro o que? Filipe, esse de cara gostamos e combinou, Pedro Filipe...meu filho, meu mundo agora tinha um nome, um lindo nome, eu acho...tu tem cara de Pedro Filipe...
A primeira fralda, fui eu, verdade, teu pai aqui quem trocou...e não foi fácil, mas depois, trocava até melhor que tua mãe Luciane, pode perguntar pra ela.
Desde então, 10 anos, se passaram, e nesses 10, posso dizer muitas coisas mesmo em apenas 10 anos. Te digo meu querido filho, que mais aprendi do que tenha te ensinado. Me mostrou muitas coisas e por tantas outras tenhas salvado minha alma, e isso jamais terei como agradecer. Aprendi com meu pai, teu vô Ricardo, de que eu não era seu filho e sim seu amigo. Perguntei pq dele sempre me dizer isso, ele dizia que filhos a gente faz, isso é fácil,mas amigos, isso sim é que é difícil de se ter os de verdade e de conservar essa amizade por anos e anos. E assim igualmente sempre te vi, como meu amigo! Sim meu querido e amado filho, és mais maus amigo do que filho, até pq acredito ser melhor amigo do que pai. E demonstras a cada dia, em especial neste momento novo que estou vivendo que és um grade amigo, mais amigo do que eu tenha sido amigo contigo, e isso me orgulha muito. Tenho orgulho deste menino maravilhoso, querido, amado e amável que Deus colocou em minha vida. És um menino iluminado que me conforta e confortou sempre nos meus momentos mais complicados e difíceis. Sei que te levo em rédia curta e que muitos "nãos" já te disse e ainda vou dizer, mas te expliquei que meus nãos, é outra forma de te dizer que te amo!
Tivemos poucas brigas, mas em todas elas, sempre fostes tu quem logo oferecia novamente a paz, coisa que eu, na minha maneira mais dura de ser, ainda ficava de mal... Até nisso és um querido.
Bom meu filho, meu amigo, muitas coisas poderia ainda te dizer nestes 10 anos maravilhosos em poder te ter em minha vida, mas só quero compartilhar aos meus amigos, que sinto sim muito orgulho de ti, mesmo ainda um menino. És a luz da minha vida, meu porto seguro, meu amigo e meu abraço e beijo carinhoso que me dás todos os dias que move meu mundo. Te amo com um amor, que jamais achei que pudesse entender, amor de pai e filhos, e olha...que coisa maravilhosa sentir isso por alguém como tu. Sim, Deus foi muito bondoso comigo, e isso só me faz aumentar minha responsabilidade de amigo/pai. O que eu diria a ELE, se um dia me fosse cobrado de que não cuidei bem de um ANJO dos SEUS que ele enviou a minha vida? És meu anjinho da guarda sim, meu Pedrinho, Pedruca, PP, e fora tantos outros apelidos que já te dei e chamei. Te ter em minha vida, mudou meu mundo, me salvou de tantas coisas e hoje faz e parte como sempre fará deste novo momento que estou vivendo e até nesse, demonstrou ao teu pai de que como és especial e bem mais adulto do que eu. Viu? Como posso viver sem ter teus cuidados para comigo? Tu desde que nasceu cuida mais de mim do que eu de ti, por isso sim és meu anjinho da guarda.
10 anos... nossa...meu menino... tens uma vida inteirinha pela frente e que ainda possa estar ao teu lado por muito tempo, pq enfrentarás muitas coisas, e nas que não forem assim tão legais, como sempre tive meu pai a me confortar, ouvir e apoiar, aliás ele, meu pai, nunca me abandonou, quero estar sempre ao teu lado para oferecer meu abraço, meu colo e meu carinho.
Meu PP, que dia feliz, que orgulho que tenho de ti, que amor que me enche o coração de alegria...e que dia esse de hoje de poder dizer, Feliz Aniversário meu amor. Que Deus continue a proteger e cuidar de um de seus anjos que estão aqui na Terra, pq és sim um enviado muito especial e amado Dele.
Te amo meu filho, meu amigo, meu mundo. Obrigado por esta benção de nesta vida poder ser teu pai! Obrigado por tua vida em minha vida. Felicidades...tu merece toda que existir neste mundo...

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A Queda de um Império.

Preciso casar URGENTE! Mais uma vez no banho e vi que esqueci a toalha! Como não tenho quem a possa pegar pra mim, sai assim mesmo, como vim ao mundo, só que bem mais feio, e molhadão! Mas foi ai que o bicho pegou: escorreguei e se foram 100 kg ao chão! Alem de uma cena certamente horrorosa e infinitamente broxante como um veio que tirou da cartola o ultimo reflexo que trago da juventude, cai por cima de umas garrafas de vidro, sim tomo Coca e deixo as garrafas pelo chão. Mas minha mão passou entre elas apenas as derrubando e o restante desta massa corporal carregada de triglicerídeos e colesterol esparramou total sem do e nem piedade como um avião 737 sem trem de pouso. Quando os motores foram desligados, sobrou a imagem da tragedia, uma cena no minimo hilária e abstrata. Entre os feridos apenas a honra e dignidade do piloto que não tem mais a mesma capacidade de comandar uma aeronave que com o passar dos anos se mostra velha e obsoleta. Já refeito do susto o o velho piloto pela primeira vez achou graça e não disse um FDP! Bom Dia!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

A tampa da garrafa.




A maioria dos meus amigos do FB, que me acompanham, sabem que tenho uma neura com garrafas pet sem tampas. Não me conformo quando vejo elas atiradas na rua destampadas e nem ver tampas soltas pelo chão. Fico fora de mim, imaginando como podem existir garrafas destampadas e tampas sem tamparem. Ontem no centro, naquele calorão, pedi uma água mineral. Quando terminei de tomar, quem disse que achava a tampa? Começava ai uma especie de palpitação e aumento da minha pressão, um horror se instalou em mim: onde esta a tampa? Como pode acontecer? Nunca perdi uma tampa e jamais deixei uma garrafa incompleta no lixo! Minha vida mudaria radicalmente depois deste dia. Apavorado perguntei ao dono do bar se ele tinha uma tampa sobrando pra me dar. Sua resposta foi negativa. Comecei a suar mais de nervoso que pelo calor! Como iria encarar a vida dali pra frente? Como poderia me aceitar depois disso? Fiquei mais um tempo olhando e procurando pelo chão e mesas nada. Estava na hora de ir embora. Lembrei então que na minha caminhada, passei por uma lixeira que tinha uma tampa no chao, era minha ultima esperança. Peguei o carro e a garrafa sem tampa e eu fomos direto pra la. Ao chegar, a tampa ainda estava la, mas era de cor azul, de água sem gás! Não pensei muito e sai de la antes que tivesse mais problemas de tomar as dores da tampa sem garrafa e ter que achar uma garrafa pra ela. Me doeu abandonar aquela tampa, mas não posso abraçar e querer salvar o mundo! Sei que errei e não vou me perdoar, mas o tempo corria na minha busca por uma tampa vermelha.. Lembrei então que no posto de gasolina onde passo minhas tardes vendem a mesma água que tomei, resolvi arriscar e fui ate la... Assim que entrei vi uma tampa em cima do balcão. E logo a peguei. Era da mesma água...como um presente dos deuses. Voltei pro carro e a coloquei na minha garrafa, esta completa, agora sim poderia a colocar no lixo com dignidade como ela merece....

Mas foi entao que agora estou com um novo problema. A tampa de ontem, ao colocar a mão no bolso, vi que estava dentro dele...e agora o que vou fazer?





terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Medo da Morte.

Numa noite de céu estrelado, como sempre, meu pai estava na escada fumando seu cigarro e contemplando as luzes da cidade ao longe, as estrelas e mais uma vem me cheguei pra gente conversar.
Meu pai sempre foi um cara que adorava conversar, sabe, de certa forma "filosofar", sobre o assunto que fosse, e isso faz uma falta danada hoje em dia.
Mas então mais uma vez sentei ao seu lado, e como sempre ele começava a puxar conversa, quero crer que ele sabia ler a minha mente, ou ver nos meus olhos quando uma coisa me incomodava ou me deixava inquieto.
Como sempre, nunca ia direto ao ponto da minha dúvida ou inquietude, fazia alguns rodeios até chegar no ponto. 
Lembro como se fosse hoje, chego a sentir o cheiro daquela noite de verão, afinal, nossa casa tinha bastante flores e sempre sentíamos o perfume das flores da época, lembro também do que estava sentindo e qual era meu "medo" do dia.
- Ai meu filho, o que te aflige?
- Pai, tenho medo da morte!
- Porque isso, tu não vai morrer tão cedo...porque esse medo?
- Sei lá, tenho medo de morrer, deixar as pessoas que amo, minhas coisas, minhas conquistas se um dias as tiver... Tenho medo de morrer e não ter mais as coisas que tenho, poder viver tudo isso que gosto de ver, comer, ouvir, sentir...tenho medo, muito medo de morrer.
- Meu filho, como disse, não tenhas medo, vais viver muito, muito tempo ainda...
- Mas mesmo assim pai, e quando chegar minha hora? Mesmo quando for mais velho, ainda e mesmo assim terei medo...
Foi então que ele me disse o que nunca mais esqueci...
- Meu filho, não tenha medo da morte, não te preocupe, Deus te dará o tempo necessário para viver e fazer todas as coisas, as tuas coisas que deverão serem feitas, e acredite em mim, quando chegar o tempo da tua morte, laaaaaaaaa, bem lá na frente, daqui muitos e muitos anos, vais ver que a morte será um presente, estarás cansado de viver, não que a vida não tenha sido boa em que a morte seria melhor que viver, mas estarás e paz, e não terás medo da morte, vais estar pronto e de certa forma a aceitará numa boa e sem medo algum... Quando chegar a hora, saberás que ela, a morte será o encontro da tua paz e como num filme, vais poder viver todas as coisas boas que já viveu novamente. Não tenha medo da morte, acredite, quando crescer irás entender o que eu digo.
Confesso que não foi assim totalmente confortante ao meu medo da morte, mas com certeza me apeguei a isso, e naquele momento de enorme medo, foi um grande conforto, pois como já disse, sempre acreditei nas coisas que meu pai falava pra mim.

Medo do Fim do Mundo.


Quando criança, tinha um enorme medo do fim do mundo. Hoje vejo que meu medo era ainda maior, pelo fato de ser muito materialista, sempre fui.
Então lembro de uma noite, logo depois de um Natal, quero crer, que esse medo estava de uma forma horrível me perturbando.
Na época, isso anos, 69, 70, morávamos em Novo Hamburgo, e nossa cara, era numa parte alta da cidade onde a gente podia ver quase que "toda" Novo Hamburgo ao longe e suas luzes quando anoitecia.
Mau pai costumava ficar sentado na frente da casa, as vezes bem no final de uma enorme escada que ligava a calçada até a casa, e ali ficava fumando seu cigarrinho e as vezes ouvido seu inseparável rádio AM.
Essa paixão tanto pelo rádio, trabalhar, ou simplesmente escutar rádio AM na madrugada, foi mais uma das tantas coisas que "herdei" do meu pai.
Muitas vezes ele e eu, ficávamos os dois ali sentados, olhando as estrelas, na época igualmente, as luzes não era assim tão fortes e modernas como hoje, e tínhamos então melhores condições de ver a lua e as estrelas.
Ali então várias foram as noites em que juntos, conversávamos sobre muitas coisas, relacionamentos, futuro, teorias das mais variadas, juntos tentando descobrir os "porquês" da vida e seus mistérios, e por ai vai.
Mas nesta noite em especial, lembro que estava apavorado com o tal do fim do mundo, vajam, estamos em 69, 1970 por ai, se soubesse do calendário Maia na época, estava perdido, mas ele percebeu minha inquietude com alguma coisa e perguntou:
- E ai meu filho, que te incomoda?
- Nada pai...
- Te conheço, fale, o que te perturba?
- Na verdade to com medo...
- Medo de que meu filho?
- Do fim do mundo!
- Fim do mundo? Medo? Porque isso agora? De onde tirou isso?
- Ah pai, sei que um dia o mundo vai acabar, ai fico pensando pra que ter um monte de coisa, guardar meus brinquedos, ainda mais agora que ganhei um monte de brinquedos novos se vai ter um fim igual?
- Mas tudo tem um fim um dia...
- Eu sei, mas não queria que fosse agora, nem amanhã e nem daqui uns dias...
- Mas o mundo não vai terminar agora e nem tão cedo...
- Como sabe disso? Como tem tanta certeza?
- Eu sei porque Deus é bom, e Ele disse que enquanto uma MÃE existir neste mundo e apenas uma mãe rezar a noite para Ele, Ele não terminará o mundo...
- Jura?
- Sim, te garanto isso meu filho.
Lembro que fiquei aliviado pela sua explicação sobre o fim do mundo, pois acreditava sempre nele e em Deus, mais ainda... Só não lembro direito, mas acho que sim, que antes de dormir devo ter pedido a minha mãe para rezar naquela noite e nas próximas noites que viriam a seguir...só por garantia...



Na foto, a escada de onde ficávamos conversando, bem na frente da porta de entrada da nossa casa.

Vamos tomar um cafezinho? Eu pago...

Pode parecer uma frase simples, boba e corriqueira, mas esta frase, ou melhor este convite, várias vezes quando criança, via, ou vindo do meu pai convidando meu tio Eraldo, irmão dele ou vice e versa. 
Achava isso simplesmente maravilhoso, pela magia da coisa, sabe, um cafezinho, simples, em pequenas xícaras, passado, adoçado com açucareiros daqueles com a boca quase entupida de açúcar no bocal muitas vezes molhando pelos pingos de cafés anteriores. Nada de cafés metidos a besta, expressos, cheio de cremes dos mais variados tipos, um café, um cafezinho, simples, pequeno, mas acompanhado de todo um ritual, seja um cigarro, um bate papo informal, um bar cheio daqueles barulhos característicos, que quem viveu e conhece sabe do que to falando. Agora, soma se isso a Novo Hamburgo, no mais tradicional Café que já conheci, o Café Avenida, patrimônio de uma cidade que deixaram terminar. 
Um cafezinho, sem mais nenhum tipo de acompanhamento, nada de bolachinhas, água, ou qq coisa pra comer...um cafezinho, apenas ele.
Acompanhei várias vezes meu pai e tio neste cafezinho, e ficava imaginado e sonhando de quando um dia fosse grande, teria um amigo de fé pra convidar a tomar o mesmo café, eu pago!
Mas o tempo passou, eu cresci, e hoje além deste tipo de "bar cafeteria" ser raros, não tenho, quando olho ao lado a quem convidar para este cafezinho...
Aqui no FB, sim, teria amigos que convidaria para este cafezinho, quem sabe num novo encontro com eles, como meus queridos amigos Delmar FleschJ Ricardo T VarelaWalter Ricardo Wommer, entre outros...
Não cheguei a viver este cafezinho ainda, mas quero acreditar de verdade que existia com certeza algo muito mais além do que o simples sabor, açucarado ou não de um café passado preto, degustado num balcão de granito, com fumaça de cigarro e um tempo a ser maravilhosamente aproveitado numa conversa jogada fora...