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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Adeus ano velho, feliz ano novo.


Sim, final de ano, início de um ano novo. Nele, muitas vezes vinham juntos, no pensamento, desejos e sonhos, coisas melhores,  sonhos que quem sabe poderiam ser realizados ou ainda, porque não, coisas ruins deixadas para trás no ano que estava chegando ao seu final.
E como eu, me dava conta disso? Como que conseguia sentir de “verdade” ou quem sabe “na pele” esse novo ano que se aproximava?
Nas farmácias, sim, nessas mesmo, quando em seus balcões, estavam ali, a nossa disposição, os famosos “Almanaques” Sadol, ou de outras marcas, que estavam ali, com suas curiosidades, piadas, fases da lua, dicas de lar, e até os melhores dias para a pesca.]
Sim, adorava ver que mais uma vez estavam ali, a nossa disposição, gratuitamente, pegava sempre e os lia de cabo a rabo, normalmente nas leituras de banheiro, nossa quanta saudades e que bons tempos.
Eles foram a dada novo ano, se tornando mais escassos, diminuindo de tamanho, quantidade de páginas e assuntos, até, creio eu, porque nunca mais os vi, a virem a sumir de vez dos balcões das farmácias.
Farmácias essas que igualmente mudaram, os remédios mudaram de nomes, de cores e formas. Sim, quem sabe, tenho as vezes lá minhas dúvidas, mas quem sabe hoje mais modernos, eficazes, rápidos em suas ações. Mas sou do tempo nostálgico, e de certa forma, romântico das farmácias. Os atendentes usavam jalecos com marcas “tradicionais” como FONTOL, MELHORAL, BAYER ASPIRINA, BIOTÔNICO FONTOURA,  OLINA, nossa e tantos outros medicamentos que eram obrigatórios em qualquer farmacinha de casa.
Além de ter nas portas das farmácias, eram sempre de portas de correr, pantográficas, grades, que nas beiradas, sempre engraxadas para manterem a sua lubrificação, eram colocadas propagandas, quase sempre do Melhoral, afim de evitar com que as pessoas se encostassem e viessem a se sujarem com a graxa ali existente.
Sim, ao fundo, o barulho da caixa registradora, o cheiro de medicamento no ar, hoje o cheiro predominante é das perfumarias, quase sempre aqueles fedidos sabonetes Dowe, que se acumulam aos quilos nas gôndolas logo na entrada. 
Lâmpadas na sua maioria, daquelas fluorescentes, compridas, que quase sempre um ou outro reator com defeito, dava um barulho chato como o de uma cigarra antando a pleno pulmões.
Propagandas de papelão penduradas por fios de nylon, terminavam  assim a decoração das românticas farmácias, onde quase sempre, se podia confiar, pela responsabilidade e experiência do atendente, nas “dicas” e “diagnósticos” para nosso mal naquele momento.
Hoje as românticas farmácias são poucas, raras, inexistentes.  Hoje os velhos balcões de madeira nobre, dão lugar ao tal MDF, ou aço inox e vidro. As luzes são modernas e mais brilhantes, e os atendentes pouco, ou muito pouco sabem, claro, devido a igualmente mudança de tempos, hábitos, mas nem por isso de responsabilidades.

Sou das antigas, sempre fui, e gosto disso. Sofro é verdade, mas não me importo, afinal, meu sofrimento é sabido sua origem, e mesmo sem encontrar mais os Almanaques nas românticas farmácias e Drogarias, me permito a buscar na memoria o como foi e era maravilhosa essa época, mas que nos dias de hoje, nem por isso, desejar sempre um ano novo melhor pra mim, meus familiares e as pessoas que amo e que quero bem.

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