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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Passos largos...



Quando era criança, meus 7, 8 anos, costumávamos passar os fins de semana em Porto Alegre, na casa dos meus avós maternos, Victor e Sylvia.
Eram momentos maravilhosos, afinal na casa da minha avó, sempre era e foi, o ponto de encontro de toda a família, onde ainda meus tios mais novos, Beto e Ester, não estavam casados e a casa estava sempre cheia, com a presença ainda da minha bisa Emma e da nossa empregada Helena, que era parte da família de verdade.
Lembro que todos os domingos pela manhã, logo cedo, meu avô tinha que ir buscar o carro na empresa da família a umas 10, 12 quadras, uma vez que na casa não havia garagem para todos os carros da família. E não foram poucas vezes em que fui convidado e aceitava sempre a acompanhar meu avô quadra após quadra, em passos formes e largos, me obrigando a dar dois passos a cada um dele, o que me deixava orgulhoso de estar em sua companhia. Sentia- me assim primeiro porque meu avô sempre estava bem vestido e arrumado, sempre de gravata e paletó, sapatos bem limpos e lustrados e o som de seus passos na calçada me transmitiam confiança e segurança.
Essas caminhadas, eram e tinham por objetivo, buscar o carro, para que ele nos levasse aos domingos pela manhã aos cultos na Igreja Luterana São Paulo. Lá ouvia as inesquecíveis mensagens e sermões do Pastor Leopoldo Heimann, que mesmo eu ainda criança, na minha interpretação, suas palavras faziam todos os sentidos, e que de forma reduzida, transmitiam de que Jesus deu sua vida por nós, que seu amor pelo semelhante deveria nos servir de inspiração e exemplo. De que nada nesta vida vale mais do que estar em paz com a gente mesmo, errar o menos possível, pedir perdão por nossas falhas, erros e pecados, de que ele nos havia preparado um lugar bem melhor para quando partirmos desta vida, e que acima de tudo e de todos, seu Pai, Deus, nos  receberia em seu reino celestial.
Assim, tive de criança, esta base espiritual, que me acompanha até os dias de hoje e como testemunho, posso dizer que me trouxe de volta ao caminho do bem , quando em determinado momento da minha vida me desviei do caminho do bem, no caminho mais justo, no caminho da bondade e da luz.
Quando pensava que minha vida não tinha mais sentido, significado e razão para mais nada e mais ninguém, senti  dentro de mim aquelas palavras lá no fundo do meu coração voltarem a fazer sentido, me reconduzirem ao caminho um dia percorrido e que tinha a certeza de ser o caminho certo de tantos confortos e bênçãos.
Dia desses, no nosso encontro mensal na igreja, o Pastor me perguntou qual teria sido meu  maior e mais valioso presente já recebido, já que estamos em época de fim de ano e Natal. Respondi de imediato, de que sem dúvida, meu maior presente foi esse, que meu avô Victor e minha avó Sylvia me deram quando criança, o ensinamento deste caminho, de termos fé em alguma coisa, alguém, cremos e confiarmos em uma religião em um só Deus.
Posso dizer que Deus já me deu inúmeras provas de Seu amor, de Sua existência e mais do que tudo, de seu amor por mim, sim, eu, apenas mais um neste Seu mundão cheio de almas, das mais variadas e dos mais variados continentes.
Essa foi minha resposta a pergunta feita pelo pastor. Isso, uma coisa tão pequena, simples, singela, mas de um significado maravilhoso, enorme e sem preço.
Não tive tempo de poder agradecer por este presente aos maus queridos avós, mas quem sabe um dia, junto deles e do Pai celeste, tenhamos, como Ele prometeu a oportunidade deste tão esperado reencontro.

“ Na maravilha do mundo, desde as pequenas as mais exuberantes criações da natureza, impossível olhar para o céu e não acreditar de que existe um Deus, e acredite, Ele olha por cada um de nós”.

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