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sábado, 27 de outubro de 2012

Ser gago não é mole não.


Meus amigos sabem que sou gago.
Sim sou gago, melhorei muito com uma dica que meu pai sempre me dava quando as palavras teimavam em não querer sair:
- Meu filho, tu pensa mais rápido do que a tua língua tem capacidade de se articular, então, calma, tenta manter a calma e não queria falar tudo de imediato, vai aos poucos que vais perceber que a coisa vai melhorando.
E assim tenho tentando me manter, mas existem casos para o meu tipo de gagueira, que em determinadas situação não tem como, a gagueira é inevitável.
Por exemplo: Telefone: Se eu ligar pra quem quer que seja, não sai nada, uma palavra sem gaguejar, ainda mais de celular que meu é de cartão e nunca tenho crédito, então sem essa de falar devagar!!! Hahahahaha. Agora quando recebo uma ligação é bem mais fácil pq assim me encontro da "defensiva" tendo que responder mais que perguntar ai fica bem mai fácil.
Quando to nervoso ou atacado, bom ai não sai nada mesmo, muitas vezes até desito de falar.
Então, imaginem a quantidade de momentos que passei, desde os mais engraçados até os mais complicados, por uma séride fatores. Então vamos lá, vou contar uma das centenas de situações de eu e minha gagueira.
Tive uma colega de aula, que era na verdade aquela menina "inatingível" para um cara como eu, sabe, areia mesmo demais por meu caminhãozinho, nem, fazendo duas viagens daria certo.
Mas passado um tempo, comecei tentando conquistar sua amizade, deixando bem claro que apenas ela, ter a tenção dela já estava muito bom, ne verdade maravilhoso pra mim.
O nome dela é Adriana. Ai entra outra particularidade de minha gagueira. Nomes ou frases com duas vogais juntas, por exemplo: O ônibus passa aqui? Entenderam? Dois ós juntos pra falar é um porre!
Então estava eu começando timidamente ter a amizade e atenção da Adriana, e tudo corria bem.
Mas então depois de mais de 10 anos, recebemos um telefone, sim, aqui no RS um telefone levava quase 10 anos pra gente conseguir. Lembro que foi uma festa em casa, uma emoção do tamanho quem sabe da pisada do primeiro homem a lua!!!
Então agora com esta maravilha dos tempos modernos, seria ótimo poder conversar com ela, sabe, trocar ideias, papos e perguntar como será que ela tinha passado o dia ou estivesse precisando e alguma coisa, tudo perfeito!
Criei coragem, não sei de onde tirei, e resolvi ligar, depois de pesquisar o nime na lista telefônica, olha só que momento.
Liguei e a mãe dela atendeu.
- Alô quem fala?
Tenho mais um probleminha com minha gagueira, quando é assim muita "pressão" chego ao ponto de não conseguir dizer uma palavra sequer, um tipo de som, nada, fico totalmente mudo, em stand by!
- Alô, tem alguém aí?
Sem conseguir emitir nem um latido, ela desligou!
Tu tu tu tu tu tuuuuu
Caraca, minha já paupérrima estima tava mais por baixo que tapete de porão!
O que fazer?
Ligar de novo? Não, seria arriscado demais, já pensou outro "apagão"?
Resolvi deixar para um outro dia.
Esse novo dia chegou, vamos lá. ou vai ou racha!
- Alô quem fala?
- É é é é é é é é é é é é o Ri ri ri ri ri cardo...a a a a a a mi mi mi mi mi go da A a a a a a a a a dri a a a a na, ela está?
- Sim, ela esta, vou chama -la,  educada e muito gentil a mãe dela me respondeu.
Ai conversamos por um tempo, eu gaguejando e por outro lado suando feito um camelo!
Novas ligações vieram depois, mas quando ela já ficou sabendo quem eu era, as demais foram assim:
- Alô quem é?
- Aaaaaaaaaaaaaaaa, (ficando só no aaaaaaaaaaa)
- Oi Ricardo, só um pouquinho que já vou chamar a Adriana.

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