Pois é, seria nosso primeiro encontro deste ano, na minha cabeça tudo estava super preparado, iria comprar meus óculos de grau, lá pago 20 pila e compro uns 5, 6, depois iria comprar meu porta celular, colocar no carro e tomar meu café com o Robertinho, para colocar 2017 em dia e dar ótimas risadas como sempre fazíamos nos últimos 3 anos, pelo menos uma duas vezes por semana.
Ao chegar, não o vejo, no seu lugar sua sobrinha. Pergunto do meu amigo, e ela com olhos de surpresa me questiona se não estou sabendo.
Digo que não.
Ma da a triste notícia de que meu amigo está muito doente, começando hoje rádio e quimio e de que os prognósticos não são doa melhores.
Seguro, engulo, não sei como, meu choro.
Só queria poder rever meu amigo, dar um abraço, contar da minha cirurgia e me gabar da enorme cicatriz que trago na altura do bucho.
Deixo meu telefone, para ser avisado sobre qualquer coisa, e para posteriormente marcar uma visita.
Saio de vou até outro lugar de beira de estrada para meu café. Lá desato num choro só... Meu amigo, Robertinho, o véio mau humorado, temperamental, de lua, mas de enorme coração está doente, não pude dar meu abraço e dizer da saudade que estava sentindo. Não pude perguntar do atrapalhado do Futz, nem de ouvir suas histórias de juventude que adorava contar e ver que a essas alturas de sua vida alguém estava disposto a ouvir e com ele voltar no tempo.
Sua irma me confidenciou antes do Natal, de que só duas pessoas o Robertinho não "brigava", seu netinho, que na verdade é filho de sua sobrinha e eu, o cara de Lajeado que aos poucos conquistou sua confiança e simpatia, é quem sabe porque somos dois muito parecidos, chatos, cheios de manias de velho e muito temperamentais.
Depois de secada as lágrimas que insistiam em cair, tomado de profunda tristeza e dor, volto pra casa.
Chego em casa e percebo que não recebo meu segundo abraço, é só o que num dia muito triste pediria por hoje, um abraço, o teu abraço para me permitir chorar mais um pouco e ouvir de que não estou sozinho e que que poderia contar sempre com ele quando se por ventura o pior acontecer ou porque todo abraço deve ser na hora ruim, ouvir que se passarmos por essa e meu amigo ficar bom, novamente seu abraço poderia receber para entender de que na boa ou na ruim sempre estarias comigo.
Aqui vai ter sempre um abraço... tu sabe disso...
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