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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Da escola a aposentadoria.



Desculpem me a inquietude desta noite, em poucas horas muitas coisas me fizeram mais uma vez travar uma luta ferrenha contra os mais variados sentimentos que existem dentro de mim.
Vamos pelo começo.
Na tarde encontro uma ex colega de aula, ano de 1976, mas a conheci um ano antes.
Colegas de escola, amigos depois que trocamos de colégio, ex namorada, e hoje depois de muto tempo, me diz que desde terça feira está aposentada.
Fico feliz de verdade, digo bem vinda ao time, desejo lhe as melhores e sinceras felicidades nesta nova fase, combinamos um café com tudo que tem direito, na conta dela, claro semana que vem, mas na hora não me dou conta do verdadeiro significado de tudo isso...
Envelhecemos...
A vida passou...
Anos se passaram, 41, 42 anos...
Lembro de como se fosse hoje, o dia em que nos conhecemos, trocamos nossos nomes e apresentações.
De inúmeros momentos juntos e bate papo, de cafés com copinho de martelinho na Cantina do Castelinho.
Das "Negas Malucas" que ela fazia para minhas visitas sábados a tarde na sua casa.
Das caminhadas, sempre a pé, carro era um sonho de consumo e luxo dado a muito poucos, e nessas olhar vitrines, conversar, se abrir, confessar, rir e chorar.
Caminhando ambos sonhando cada um o seu futuro, antes de namoramos, no que seríamos quando ficássemos "grandes".
Depois da amizade o namoro, e nesse pouco tempo como namorados.
Ela casou, eu não...
Tive filho ela não...
E na rápida conversa de hoje, o sorriso querido de um encontro e aquela vontade de colocar muitos assuntos em dia.
Mas agora na noite, na cama, percebo de como a vida corre numa velocidade que não me dei conta de quão rápida foi.
42 anos...
Não são 42 dias, nem semanas, muito menos meses.
Anos, quase meio século. Nossa, tão perto e cristalina inúmeras lembranças, mas tão distante no tempo e no espaço.
Nossa, que horror?
Não, no fundo não. Quantos não tiveram a dádiva da vida por todo esse tempo?
Mas assusta, sim, a mim sim, quero viver muitas coisas sinda, me permitir a sentir outras várias, me entregar a muitas coisas ainda "desconhecidas e sentidas" no corpo e coração.
Depois em casa, sei lá, mas uma ação que não deu reação, um tombo, uma realidade, como se o despertador da vida e de realidade tivesse tocado e nesse, me desperto para mais uma vez fazer parte do munto real e não do bonito e amoroso de meus sonhos e desejos.
Sim, cair na real às vezes dói, ou melhor, vamos combinar, na maioria das vezes dói, pela percepção de que viver é a lita diária em busca de coisas e desejos, que podem não terem feitos para nós, não termos a oportunidade de vivê-los e de que seguir em frente é preciso, como sempre foi e será.
Depois, agora Jornal da Globo, na rápida zapeada, a crônica dos 50 anos do Disco dos Beatles Sgt Pepper's...50 anos...
Bate uma nostalgia enorme, se bem que não preciso de muito esforço para voltar ao passado, mas lembro que para se ouvir uma música diferenciada, era preciso ter o LP, depois um amigo que tivesse o mesmo, ai, que el estivesse afim de ouvir o mesmo som que a gente e marcar um dia e horário para na casa de alguém ter esse prazer.
Hoje em menos de 30 segundos, de baixa qualquer musica de qualquer banda ou cantor de qualquer álbum em qualquer versão já lançada...
É bom, ah claro que é...meus pen drives que o digam. mas queria o romantismo disso tudo de volta.
Esse"trabalho " para se ouvir um Beatles, Simon & Garfunkel, Queen, Stones, Bob Dylan, Eric Clapton, Pink Floyd...
As capas enormes dos lps, com a letra das músicas, fotografias, e um pequeno chiado na ponta da agulha.
Feito, isso, ouvido isso, era hora de voltar pra casa cantarolando num "inglês" de sotaque só nosso as músicas da trilha sonora do dia findado.
Ah, sem falar que quem sabe semana que vem leve uma fita K7 e grave algumas músicas, fazendo uma coletânea para ouvir num gravador e mais tarde se conseguir comprar num walkman.
Já usei centenas de vezes essa expressão, as agora antes de tirar um tempo para desabafar, passo no banheiro, e a imagem refletida no espelho mostra um cara que tem ainda 16, 17 18 anos,mas que reflete um rosto marcado por anos, muitos desses vividos de maneira errada, de caminhos tortuosos, solitário, triste, amando se podendo amar, solitário vivendo acompanhado, e sonhando com alguém, tão próxima, mas vivendo paralelamente a mim, e paralelas jamais se cruzam pelo menos foi o que aprendi nos mesmos 42 anos atrás nas aulas de matemática.
Boa Noite.


Mais uma vez, desculpe o desabafo.

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