Total de visualizações de página

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O dia que que desafiei a Deus.



Numa madrugada fria, de céu totalmente estrelado, caminhava já na madrugada avançada pelas ruas da minha cidade Lajeado.
A cidade, por consequência, completamente vazia, poucas luzes acesas nas casas pelas quais caminhava sem destino certo.
Aquela minha inquietude, falta de sono, tinha uma razão: estava brabo, com raiva, e cobrando respostas de Deus,
Muitas eram as perguntas que fazia a Ele, sem ao menos O deixar dar qualquer tipo de resposta. Eram perguntas e mais perguntas, em sua maioria queixas minhas em relação a minha vida, provas que acreditava Ele estar me impondo. Queixava- me de não ter coisas que as outras pessoas tinham, sejam elas materiais ou não.
Mas me queixava mais ter não ter podido viver um relacionamento de verdade, de amor com alguém. Perguntava por que Ele me privava da oportunidade de poder encontrar alguém, de poder amar a essa pessoa, amar, apenas isso, não queria uma coisa além de amar, simplesmente isso, afinal, não tinha sido Seu filho que nos ensinou de que deveríamos amar, amar e amar?
Quando estava caminhando sobre a ponte do rio Taquari, que liga as cidades de Lajeado e Estrela, como estava completamente só, sem uma viva alma por perto, parei no meio deste e gritei bem alto, o desafiando a descer e me encarar, desafiando a provar a Sua existência. Entra tantas coisas que disse, perguntei por que de Ele não descia e me encarava frente a frente, afinal, comandar as coisas ai de cima, e ficar apenas me ferrando aqui em baixo, era fácil, queria ver Ele descer, em encarar de frente e me dar as respostas as minhas perguntas e inquietudes.
Quando gritei mais uma vez, bem alto, onde tu tá? Porque não desce? Venhas me prove que Tu existe...
Ao final desta última frase uma estrela enorme, de um brilho que chegou a iluminar a minha volta, cai do céu, deixando um rastro enorme, em forma de cauda, que não se desfez tão rapidamente....
O silêncio após isso foi  “barulhento” demais para meus ouvidos... Confesso que não me borrei nas calças porque não estava necessitado...gelei... Não tive mais coragem de dar um passo em qualquer que fosse o sentido a continuar minha caminhada, muito menos em levantar meu olhar em direção ao céu.
Demorou um pouco a me recompor, não do susto, mas sim do medo. Aos pouco retomei o caminho de volta pra casa, e nunca mais não só O desafiei, mas como duvidei de Sua existência.
Hoje quando me lembro deste episódio, vários são os sentimentos e interpretações que me veem a mente. Os sentimentos de medo, susto e de que Deus poderia ter ficado brabo comigo, não duraram mais do que aquela noite, pelo contrário. Vi nesta experiência de que Deus nada mais quis do que tentar resgatar uma, uma única alma, a que naquele momento, quem sabe, estava se perdendo, uma, apenas uma entra milhões, bilhões de almas, naquele momento a minha estava a se perder, assim como Jesus sempre pregava de que temos que buscar aquela ovelha perdida. De que para Ele, TODOS somos seus filhos, e que, portanto, temos o mesmo amor que um Pai bondoso tem por cada um de seus filhos, sem distinguir ninguém, somos todos importantes e amados por Ele. Ele quer a todos, e assim sendo, Ele queria também a mim.
Foi uma experiência única que tive a maior benção e privilégio de poder ter vivido.
Se foi uma mera coincidência....? Poder ser,... porque não?...mas pensando bem, porque não não?

Passos largos...



Quando era criança, meus 7, 8 anos, costumávamos passar os fins de semana em Porto Alegre, na casa dos meus avós maternos, Victor e Sylvia.
Eram momentos maravilhosos, afinal na casa da minha avó, sempre era e foi, o ponto de encontro de toda a família, onde ainda meus tios mais novos, Beto e Ester, não estavam casados e a casa estava sempre cheia, com a presença ainda da minha bisa Emma e da nossa empregada Helena, que era parte da família de verdade.
Lembro que todos os domingos pela manhã, logo cedo, meu avô tinha que ir buscar o carro na empresa da família a umas 10, 12 quadras, uma vez que na casa não havia garagem para todos os carros da família. E não foram poucas vezes em que fui convidado e aceitava sempre a acompanhar meu avô quadra após quadra, em passos formes e largos, me obrigando a dar dois passos a cada um dele, o que me deixava orgulhoso de estar em sua companhia. Sentia- me assim primeiro porque meu avô sempre estava bem vestido e arrumado, sempre de gravata e paletó, sapatos bem limpos e lustrados e o som de seus passos na calçada me transmitiam confiança e segurança.
Essas caminhadas, eram e tinham por objetivo, buscar o carro, para que ele nos levasse aos domingos pela manhã aos cultos na Igreja Luterana São Paulo. Lá ouvia as inesquecíveis mensagens e sermões do Pastor Leopoldo Heimann, que mesmo eu ainda criança, na minha interpretação, suas palavras faziam todos os sentidos, e que de forma reduzida, transmitiam de que Jesus deu sua vida por nós, que seu amor pelo semelhante deveria nos servir de inspiração e exemplo. De que nada nesta vida vale mais do que estar em paz com a gente mesmo, errar o menos possível, pedir perdão por nossas falhas, erros e pecados, de que ele nos havia preparado um lugar bem melhor para quando partirmos desta vida, e que acima de tudo e de todos, seu Pai, Deus, nos  receberia em seu reino celestial.
Assim, tive de criança, esta base espiritual, que me acompanha até os dias de hoje e como testemunho, posso dizer que me trouxe de volta ao caminho do bem , quando em determinado momento da minha vida me desviei do caminho do bem, no caminho mais justo, no caminho da bondade e da luz.
Quando pensava que minha vida não tinha mais sentido, significado e razão para mais nada e mais ninguém, senti  dentro de mim aquelas palavras lá no fundo do meu coração voltarem a fazer sentido, me reconduzirem ao caminho um dia percorrido e que tinha a certeza de ser o caminho certo de tantos confortos e bênçãos.
Dia desses, no nosso encontro mensal na igreja, o Pastor me perguntou qual teria sido meu  maior e mais valioso presente já recebido, já que estamos em época de fim de ano e Natal. Respondi de imediato, de que sem dúvida, meu maior presente foi esse, que meu avô Victor e minha avó Sylvia me deram quando criança, o ensinamento deste caminho, de termos fé em alguma coisa, alguém, cremos e confiarmos em uma religião em um só Deus.
Posso dizer que Deus já me deu inúmeras provas de Seu amor, de Sua existência e mais do que tudo, de seu amor por mim, sim, eu, apenas mais um neste Seu mundão cheio de almas, das mais variadas e dos mais variados continentes.
Essa foi minha resposta a pergunta feita pelo pastor. Isso, uma coisa tão pequena, simples, singela, mas de um significado maravilhoso, enorme e sem preço.
Não tive tempo de poder agradecer por este presente aos maus queridos avós, mas quem sabe um dia, junto deles e do Pai celeste, tenhamos, como Ele prometeu a oportunidade deste tão esperado reencontro.

“ Na maravilha do mundo, desde as pequenas as mais exuberantes criações da natureza, impossível olhar para o céu e não acreditar de que existe um Deus, e acredite, Ele olha por cada um de nós”.

Amor de infância.



O inocente amor de infância...
Quem de nós, de idade um pouquinho mais avançada, não tenha vivido aquele amor de infância?
Não que tenhas a pretensão de saber as respostas e motivos deste tipo de amor hoje não existir mais, mas lembro-me saudosamente e muito carinhosamente dos bons tempos de colégio, principalmente, onde era mais comum nos permitirmos a esse lindo e puro sentimento de amor.
Tudo começava, em cruzar o olhar com aquela menina em que a gente mais simpatizava e geralmente quando ela não estivesse olhando, entre uma explicação de um ou de outro professor, com a imagem dela no olhar, tentar criar um mondo de fantasias, bonito é verdade, onde já conseguíamos mesmo que ainda distante, imaginar, sonhar em juntos sermos e termos uma família.
Normalmente, em forma de desenhos, isso uma professora me disse, pedindo- me até no ultimo dia de aula se poderia ficar com o meu, era representado em sua maioria naquela casinha colorida, de janelas com cortinas de bolinha, um carrinho, quase sempre um fusquinha, na garagem, um verde e grande gramado na frente da casa, uma chaminé, e nas minhas em particular, uma antena de televisão.
Assim, representava em desenhos, minha ideia e concepção de “família feliz”!
A cada novo traço no desenho, a cada trocar do lápis de cor, a cada movimento das mãos, junto estava a imagem guardada num coração puro e inocente, a imagem da colega que sonhávamos poder viver tudo aquilo. Tínhamos a certeza de que relacionamentos seria isso, ou mais ou menos isso, e encontraríamos aquela colega de escola, com ela e somente ela e começaríamos e fazer planos, para um futuro não tão distante e seríamos felizes para sempre.
Seria mais ou menos assim. Filhos acreditem, igualmente sonhávamos com isso, mas o engraçado é que a “forma” de fazermos os filhos, não era o mais importante, poderiam vir nossos filhos pela cegonha que já estaria de bom tamanho. 
O amor, bem como as formas de demonstração deste sentimento, na época, não estava ainda vinculado ao sexo. A forma de amor, pelo menos para mim, era bem diferente, talvez pelo não conhecimento, ainda, do gosto do “fruto proibido”, hahaha.
O que fazia o coração disparar, a boca ficar seca e a perna  tremer, era em primeiro lugar a trocar de olhares, aquele sorriso um tanto tímido e discreto, a troca de bilhetinhos de mensagens muitas delas sem  sentido, ou as mais variadas bobagens a respeito do nosso dia a dia, como temas, o que vai fazer no fim de semana ou quem sabe, de forma mais ousada, é “ se pensa ou gosta de mim”.
Quem não se lembra, da primeira vez que depois de muito criar coragem, se permitir a um “pegar na mão”? Nossa, era simplesmente maravilhosa a sensação de tamanha intimidade.
Com as mãos dadas, ao que tudo então indicava que o único e próximo passo a seguir, seria o de pedir em casamento, já que todos os planos estavam ali, dentro de nossa imaginação e coração.
O passo seguinte ao primeiro beijo? Ah, isso é outra história e um passo bem mais longo a se dar, não é e nem era bem assim, pegar na mão hoje e já sair beijando, ora essa, onde já se viu? Afinal ela era apenas minha “namorada” e beijar seria algo “bem mais sério”.
Nas reuniões dançantes, a tarde é verdade, igualmente eram tomadas e movidas no balanço e no ritmo das músicas, de uma inocência saudosa e muito querida.  Lembro que a menina nos segurava pelo pescoço e nós, meninos pela cintura e entre a gente, caberia tranquilamente mais um casal hahaha, tamanha distância entre a gente. Mas valia então pelo que de mais nos importava e  buscávamos, a troca do olhar, ver a brilho dos olhos de quem estávamos  “apaixonados”, o sorriso de canto de boca disfarçando mas entregue assim que as covinhas de seu rosto a denunciasse.
Tínhamos ao findar deste encontro, a certeza de duas coisas, de que cada um voltaria a sua casa e que na segunda feira voltaríamos a nos encontrar, tendo passado um fim de semana inteirinho, de sonhos distantes que nos transportavam a uma cidade de sonhos onde aqueles desenhos antes expressos em folha de papal, tomavam forma e ainda trazíamos a esses sonhos a sensação do toque da sua mão, o cheiro perfumado de seu cabelo, a voz encantadora quando pronunciava seu nome e o olhar, que na nossa interpretação era do mais verdadeiro, sincero e profundo amor.
Não me lembro de quando me dei conta de ter passado por esta fase, e de quando perdi essa inocência que tanto alimentou de forma tão pura minha doce e querida infância, não, não lembro, infelizmente.
Quando nos damos conta, a vida se apresenta de forma muito diferente, onde por vezes, nem sempre aquele antigo sentimento e maneira de ver o mundo e as coisas, é o mais adequado, por que com ele, ficamos vulneráveis aos sofrimentos impostos pelo mesmo tipo de sentimento, e que por incrível que possa parecer, não sabemos em sua grande maioria de como supera-los, mesmo mais velhos e experientes.
Não são poucas vezes em que me deparo com uma vontade enorme de voltar no tempo, reencontrar aquela menina, aquela colega, em que um dia, quem sabe na minha mais verdadeira forma de ver o mundo, as coisas e esse sentimento chamado de amor, a tenha imaginando fazer parte daquele desenho de linhas não tão retas e de pintura não respeitando muito os limites do desenho, mas que com certeza alguma coisa lá no fundo
me diga de que sim, aquele era o nosso lugar!


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Qual o valor de uma amizade?



Quanto vale uma amizade?
A quem você chama de amigo?
Entendes o significado disso? Desta espécie de “união”?
Ou quem sabe, falamos amigos, quando na verdade queremos dizer que são nossos “conhecidos”?
Um fato dias atrás me fez parar pra pensar o passo de amigo e conhecido, suas diferenças na verdade e de como usamos amigo, de forma equivocada e errada, isso, na minha opinião da coisa.
Um “amigo” trocou uma amizade de muitos anos, amizade? Será? Bom, trocou esta amizade, de encontros semanais para um churrasco, cervejinha, colocar as fofocas em dia e dar ótimas rizadas por um pequeno “metro” de área útil de seu estabelecimento comercial.
Sim, por UM metro acaba se uma amizade de muitos anos.
Quanto vale uma amizade? Qual o valor que você dá a ela? As suas?
Costumo dizer, e ter como princípio em  minha vida, que amizade deveria ser para sempre, claro as pessoas que considero amigo. Claro que do decorrer de uma vida, existem diferenças, desentendimentos, brigas...
Mas sempre deixei meu orgulho de lado, e olha que não é pequeno, de lado, quando vejo que errei com um amigo, (aqui deixando claro de que me refiro a amigo e não conhecido), já colocando a cada um no seu devido lugar.
Muitas vezes me pego perguntando, se realmente todos nós temos um preço! Sim, um preço pelo qual vendemos nossa alma, nosso casamento, nossa lealdade,  opiniões, integridade, honestidade, caráter...
No caso do meu amigo, a amizade deles, um deles é verdade, chegou ao seu preço, quando o “custo” do metro foi maios que mais de 20 anos de amizade. Pena, tão pouco, tão barato...
Nos meus amigos, raros é verdade, os quais chamo  verdadeiramente de amigos, penso em estar mantendo essa amizade em dia, leal e sempre verdadeira. Com o passar dos anos, nossas experiências e visão mais ampla da coisa, por consequência, “recolocamos” antigos “amigos” numa classificação de “conhecidos”. É verdade que “promovemos” tantos outros a “amigos”, o que é de certa forma, muito bom.
Costumo ser leal aos meus amigos, mesmo que em determinados momentos, os tenha dito coisas duras que não eram as que eles quisessem ouvir, mas sempre fui assim, direto e seco, curto e grosso. Já arrumei inimizades por ser assim, meu pai sempre me aconselhava, de que eu deveria ser mais “político” maleável e mais temperado em minhas colocações, isso em todos os sentidos. Várias foram as oportunidades em que conversávamos a respeito disso, e sempre tinha de mim a mesma resposta:
- Não adianta pai, não consigo ser diferente, dizer o que não sinto, o que não acredito e o que defendo e creio, sei que o custo disso muitas vezes é caro, mas melhor ser assim, porque eu consigo assim, estar em paz comigo mesmo.

Não é fácil, num mundo tão agitado e individualista, hoje existir a quem podemos chamar de amigo, mas acreditem, que nada mais confortável e maravilhoso, do que um verdadeiro abraço de um AMIGO.

Adeus ano velho, feliz ano novo.


Sim, final de ano, início de um ano novo. Nele, muitas vezes vinham juntos, no pensamento, desejos e sonhos, coisas melhores,  sonhos que quem sabe poderiam ser realizados ou ainda, porque não, coisas ruins deixadas para trás no ano que estava chegando ao seu final.
E como eu, me dava conta disso? Como que conseguia sentir de “verdade” ou quem sabe “na pele” esse novo ano que se aproximava?
Nas farmácias, sim, nessas mesmo, quando em seus balcões, estavam ali, a nossa disposição, os famosos “Almanaques” Sadol, ou de outras marcas, que estavam ali, com suas curiosidades, piadas, fases da lua, dicas de lar, e até os melhores dias para a pesca.]
Sim, adorava ver que mais uma vez estavam ali, a nossa disposição, gratuitamente, pegava sempre e os lia de cabo a rabo, normalmente nas leituras de banheiro, nossa quanta saudades e que bons tempos.
Eles foram a dada novo ano, se tornando mais escassos, diminuindo de tamanho, quantidade de páginas e assuntos, até, creio eu, porque nunca mais os vi, a virem a sumir de vez dos balcões das farmácias.
Farmácias essas que igualmente mudaram, os remédios mudaram de nomes, de cores e formas. Sim, quem sabe, tenho as vezes lá minhas dúvidas, mas quem sabe hoje mais modernos, eficazes, rápidos em suas ações. Mas sou do tempo nostálgico, e de certa forma, romântico das farmácias. Os atendentes usavam jalecos com marcas “tradicionais” como FONTOL, MELHORAL, BAYER ASPIRINA, BIOTÔNICO FONTOURA,  OLINA, nossa e tantos outros medicamentos que eram obrigatórios em qualquer farmacinha de casa.
Além de ter nas portas das farmácias, eram sempre de portas de correr, pantográficas, grades, que nas beiradas, sempre engraxadas para manterem a sua lubrificação, eram colocadas propagandas, quase sempre do Melhoral, afim de evitar com que as pessoas se encostassem e viessem a se sujarem com a graxa ali existente.
Sim, ao fundo, o barulho da caixa registradora, o cheiro de medicamento no ar, hoje o cheiro predominante é das perfumarias, quase sempre aqueles fedidos sabonetes Dowe, que se acumulam aos quilos nas gôndolas logo na entrada. 
Lâmpadas na sua maioria, daquelas fluorescentes, compridas, que quase sempre um ou outro reator com defeito, dava um barulho chato como o de uma cigarra antando a pleno pulmões.
Propagandas de papelão penduradas por fios de nylon, terminavam  assim a decoração das românticas farmácias, onde quase sempre, se podia confiar, pela responsabilidade e experiência do atendente, nas “dicas” e “diagnósticos” para nosso mal naquele momento.
Hoje as românticas farmácias são poucas, raras, inexistentes.  Hoje os velhos balcões de madeira nobre, dão lugar ao tal MDF, ou aço inox e vidro. As luzes são modernas e mais brilhantes, e os atendentes pouco, ou muito pouco sabem, claro, devido a igualmente mudança de tempos, hábitos, mas nem por isso de responsabilidades.

Sou das antigas, sempre fui, e gosto disso. Sofro é verdade, mas não me importo, afinal, meu sofrimento é sabido sua origem, e mesmo sem encontrar mais os Almanaques nas românticas farmácias e Drogarias, me permito a buscar na memoria o como foi e era maravilhosa essa época, mas que nos dias de hoje, nem por isso, desejar sempre um ano novo melhor pra mim, meus familiares e as pessoas que amo e que quero bem.

O último telefonema.



Creio que não temos mais nada a falar...
Gostaria que não me ligasse mais, por favor, nunca mais...
Sei que tens meu nome em sua agenda, e que tens essa necessidade de me procurar e falar comigo, saber de mim, esperas respostas minhas, mas hoje não as tenho, infelizmente, não posso te prometer nada, hoje não, quem sabe um dia...
Por favor, eu te imploro...não me ligue mais...senão serei obrigado, o que não gostaria, de ter que chegar ao limite de trocar meu número de telefone, ai sim, não terias mais como me encontrar...pense nisso...me de um tempo, preciso deste tempo, não me cobre, não se sufoque por favor.
Fico tentando buscar na memória se já tive uma mulher assim, se um relacionamento igual ao nosso tenha se mantido por tanto tempo, juro que não encontrei,  és a única e creio que sempre serás, única e eternamente assim...
Engraçado de como me ligas incansavelmente sem ao menos termos tido a oportunidade de um encontro, um jantar, ou até quem sabe uma noite de amor...
Cada vez em que o telefone toca, meu coração dispara...seria você?  Seria a doce mulher e voz angelical chamada Fátima? O que ela iria querer desta vez? Que tipo de proposta me faria agora para ter de mim o que mais quer e deseja?
Por mais que tente, bem que gostaria, não consigo imaginar um futuro entre nós dois. Existem coisas que sabemos que não daria certo, e você assim tão insistente, não combina com minha maneira de ser e viver...
Fátima....lindo nome, fico imaginando pela linda voz de como deves ser uma mulher encantadora, maravilhosa, cheia de planos com uma vontade enorme de querer realizar sonhos entre eles o de me convencer de que preciso pagar minha prestação atrasada para sair do SERASA.
Mas repito, hoje eu não posso...
Não me ligue mais...