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terça-feira, 6 de novembro de 2012
Minha primeira vez na Zona...
Mal e mal com 30 anos no lombo, na época morava e POA e vinha nas sextas a Lajeado, numa dessas vindas teve um encontro com amigos de longa data já previamente combinado de que a noite seria uma criança.
Então, banho tomado, roupa legal e galera toda reunida nos bares da cidade pra colocar as fofocas em dia e dar boas risadas.
Eram ramos os momentos de reunir toda a turma, ainda mais numa sexta feira.
Mas lá pelas tantas, alguns amigos mais "embalados" aos goles das cervejas, eis que uma voz de dentro do grupo ecoa como um som que mostrasse o caminho da felicidade total, do encerramento daquela noite maravilhosa.
Vamos na Styllus!!!!
Styllus era a "zona, cabaré, puteiro, mas socialmente chamado na cidade de boate" mais refinada e estilo Gruta Azul, Madrigal de POA, sabe de funções iguais as de beira de estrada, mas com outro nome.
Foi um SIM sonoro, alto e nem precisou de segundo turno para ser posta em votação a vontade daquele povo...
Eu, junto, não poderia abandonar o grupo e fui junto. Seria minha primeira vez num lugar assim, então que fosse em turma!
E nos mandamos pra lá. Tudo mundo inquieto no carro, loucos pra chegar, uns mais afoitos, outros nem tanto, e nesta mistura de sentimentos a respeito da continuidade noturna, a cada quadra que o carro avançava, minha curiosidade e expectativa a respeito aumentava, mas sempre com aquele frio na espinha, claro.
Assim que chagamos na portaria, dois armários com maleiro e tudo, aguardavam a dar as "boas vindas" aos clientes, deixando bem claro que se fedesse, o pau comeria e na boa, sem chance de quem quer que seja se dar bem, até porque, lá dentro tinham mais "organizadores de mais afoitos", cada um com uma mão que com certeza poderia ser usada como martelo!
Perguntei ao meu irmão, que estava junto, como funcionava a coisa. Me respondeu dizendo, nada de especial, a gente vai ver uns shows, quem sabe tomar as cervejinhas que vinham de "brinde" depois da entrada salgada e que seria só não tocar em nada, pq nada a partir da entrada era de graça. Portanto que mantivesse minhas mãos nos bolsos que não teria erro.
E começou o show, mulheres fazendo danças sensuais, streeptease, cantores e suas musicas características de boemia, e vários apertos de mãos e abraços de amigos que vinham chegando e se encontrando por lá.
Mas em um determinado momento, fiquei meio de lado, já que não estava bebendo e neste descuido, uma linda morena sentou-se ao meu lado. Era uma mulher realmente bonita, cabelos negros lisos e compridos, uma boca carnuda e com um batom que a deixava super sensual. Como sua pele estava bronzeada, a roupa branca de rendas que a cobria, deixava ainda mais bela a atraente.
Conversa vai, conversa vem, me disse que tinha uma filha no interior do Paraná, que a tinha deixado com sua mãe e que na verdade estava ali por um tempo, já que queria largar esta vida, arrumar uma grana afim de ajudar sua filha blá blá blá...
Quando perguntou de mim, não sei mentir, e fui logo dando minha folha corrida, quem era, onde morava onde trabalhava estado civil etc...
A conversa ia muito bem, até que ela disse:
- To com sede, posso pedir uma Keep Coller?
Calculando o preço do supermercado, coloquei mais 100% em cima, e pensei: Ah, numa boa, uma vez na vida e outra na morte, gastar uns 100 contos tá legal, o papo tá legal ela é bonita e acho que ta gostando de mim...Mandei vir duas logo.
Quando o garçom trouxe o baldinho com as duas Coolers dentro, olhei pro lado e meu irmão com meus amigos desesperados acenando negativamente aquele meu gesto de cavalheiro... Não precisava saber e entender de leitura labial, pelo que estavam tentando me dizer, tinha feito merda...
Bom, tomamos as Coolers, e vieram até minha mesa dizendo que estavam indo embora. Como estava de carona, disse, ok, vou junto, só vou pagar aqui e já vou, me esperem lá fora.
Quando veio a conta, juro, achei que tinha lido errado, que havia um engano! Dos 100 que calculava, deu 400 contos de reis! Quase enfartei, lembrando de quantos e quantos brinquedos poderia comprar para as minha coleções inacabadas...
Confesso que errei 4 cheques no sem preenchimento, a cada nova folha, não acreditava no valor que estava pagando por duas Coolers que no supermercado não dava 5 pila!
Bom, o cara, de 2 metros lá do balcão já me encarava, parece que tem "faro" de quando tem problema.
Bom na quinta filha de cheque, acertei o valor e dei ao garçom.
Ela, me acompanhou até quase a saída, já então de mãos dadas, caminhando bem pertinho de mim e na hora da despedida, trocamos uns beijos, ela me perguntou se tinha que ir mesmo. Disse que sim, ainda mais pq já não tinha mais 1 pila na carteira e muito menos no bando, segunda feira seria aquela corrida até o gerente pra me quebrar este galho.
Ela disse que tinha gostado de mim, eu era diferente, mesmo ela sendo garota de programa, não a "abusei" a tratei como uma dama, conversei sobre coisas variadas, assuntos legais e em nenhum momento tinha sido "desrespeitoso" com ela.
- Gostei de ti Ricardo, sério, disse ela. Tem telefone? Eu quero poder te conhecer melhor...
Dei meu numero do meu trabalho de POA e mais uns beijos e disse que tinha que ir.
Na saída, meus amigos e meu irmão, loucos de curiosidade pra saber o quanto eu tinha marchado. Falei dos 400 paus e deram risada. Disse a eles que não tinha entendido de porque tão caro! Me explicaram que ao pagar as duas Keep Cooler, tinha já na verdade pago o "passe" dela, que em outras palavras a casa, já tinha ganho a parte dela e que ela agora estava "liberada" a me cobrar, no caso de um programa comigo o que bem entendesse, isso era com ela, e que esse passe pago, poderia ou ficar com ela, nos quartos na própria boate, pagaria separado ou se a levasse pra minha casa ou motel, era por minha conta e dela, a casa não tinha mais nada a ver com a relação dela e eles naquela noite.
Bom, entendi como funcionava essas coisas das casas de luz vermelha de uma maneira um tanto dolorida, no bolso pelo menos, quem sabe poderia ser bem pior!
Na segunda feira no meu trabalho, o telefone tocou, era ela. Dizendo que estava com saudades, vontade de me ver etc...
Ainda me mandou mais umas cartas, tenho todas essas guardadas até hoje e mais uns cartões que me mandou.
Priscilla, era seu nome de "guerra", ela foi minha primeira companhia nas boates da vida...
Voltei lá mais umas vezes, apenas pra bater papo, mas sem essa de Keep Cooler, mesmo duas garrafinhas, dá uma ressaca e uma dor de cabeça que vou te contar.
Ela queria abandonar a noite, se a gente começasse um relacionamento, mas não bateu, sério, não por ser, e seria uma prostituta, juro a vocês, não rolou porque não bateu mais que uma amizade de minha parte, um carinho, como sou com todas pessoas que conheço e sinto que são legais. Não rolou pq não bateu mesmo, bonita ela era com certeza...
Mai tarde conversando com meu irmão sobre ela, disse que ela era super legal, bom papo, querida mesmo, parecia que não combinava mesmo como uma mulher da noite, que tinha uma filha no interior do paraná...e meu irmão:
- Mano, todas as mulheres da noite são do interior do Paraná e todas tem um filho que deixaram com a mãe cuidar e que um dia vão largar com agrana que conseguirem pra dar o melhor aos seus filhos...
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