Total de visualizações de página

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Minha Pequena "Cangaceira"...



Vamos voltar no tempo...
Vamos para outra época...
Vamos para 1977...
Tinha meus 13, para 14 anos...
Meus segundo ano em mais uma cidade, totalmente desconhecida, minha terceira mudança, primeiro de NH para Porto Alegre e agora Lajeado.
Sempre novos colégios, professores, colegas...
Então, aos poucos foi me enturmando com meus colegas de aula, e tive sorte, era uma turma maravilhosa, legais mesmo, sem frescuras, sem preconceitos, sem ninguém mais que ninguém, tanto que dessa turma, dessa época mantenho amizades de nos vermos até hoje.
Mas naquela época era complicado para eu me declarar para alguém, para de fato demonstrar estar interessado em alguma colega, além da minha timidez até os dias de hoje, imagina naquela época, não queria dizer que não tivesse alguém que mexesse de forma diferente meu coração.
Era uma menina muito bonita, além de extremamente querida, mas eu "sofria uma certa concorrência", já que não era apenas eu que tinha assim tão bom gosto por mulheres.
Outros colegas, e amigos nas rodas de bate papo, me confidenciavam, que sentiam admiração por ela, e como sempre nunca acreditei em mim, pelo menos em relação a isso, nunca tinha tido a oportunidade de me fazer entender de que eu estava de verdade afim dela.
No período de aula, não tinha como poder mesmo que em silêncio, ficar observando seu jeitinho meigo e delicado por muito tempo sem chamar atenção dela, de colegas ou até de professores.
Fora do período de colégio raramente nos víamos, era complicado.
Mas foi então que ela com outras colegas resolveu fazer parte de um grupo de danças da escola, e se apresentavam nas horas cívicas, ou oportunidades culturais de determinados períodos escolares.
Ah, mas não faltei nenhuma de suas apresentações, nos três turnos, manhã, tarde e noite, pois eram feitas essas apresentações para todos os turnos escolares.
Assisti a todas as suas apresentações, e lembro exatamente até hoje da coreografia, das músicas e do chapéu de cangaceiro que numa dessas elas usavam,
Além do chapéu, usavam aquelas "malhas pretas" de ginástica, lembram? Puxa vida, numa época tão diferentes dos dias atuais, poder ver nossa grande paixão usando roupas que moldavam seu corpo de menina era momento de muita raridade...
Eu, com certeza com olhos somente para ela, ouvindo a música e seus gestos ao mesmo ritmo, me deixava literalmente nas nuvens, sonhando acordado, e naqueles momentos parecia que o mundo parava, deixava de rodar e tudo aquilo duraria para sempre...
Depois era voltar para casa, lembro que nas apresentações à noite, tive a permissão da minha avó, morava com ela, de poder ir ao colégio, afinal, era "hora cívica" e nisso tive sempre total apoio dos meus avós...kkkk
Bons tempos, de bons e lindo sentimentos que tínhamos de formas tão puras e diferentes dos que vemos por ai hoje em dia..
Nada, pelo menos de minha parte, nada tinha com sexo em tudo isso, era sim a mais bela, inocente e pura forma de admiração por alguém que por muitos anos esteve em meus sonhos quando me imaginei um dia ter família, filhos, casa, cachorro e um fusca na garagem...
Saibas, sei que ela vai ler esse post, e ela sabe disso, já pude dizer isso para ela depois de todos esses anos, que foi maravilhoso ter sido, mesmo que secreta e platonicamente, um apaixonado por ti...
Uma das músicas foi essa...
De Eliana Pitman.
"Dona Maria, que dança é essa
que a gente dança só
Dona Maria, que dança é essa
é carimbó, é carimbó
Dona Maria, que dança é essa
que a gente dança só
Dona Maria, que dança é essa
é carimbó, é carimbó
Braço pra cima
Braço pra baixo
Agora já sei como é que é
Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Maria, quem foi que te disse
Que bala de rifle não mata ninguém?
Maria quem foi que te disse
Que beijo de amor não consola ninguém?
Ai Maria, Maria meu amor!
Ai Maria, eu quero é teu calor!
A benção, tia Luzia
A Benção, tio José
Minha mãe mandou buscar
Um pouquinho de café (2x)
A coruja cantou no galho da laranjeira
Quem quiser tomar café
vá falar com a cozinheira (2x)
A benção, tia Luzia
A Benção, tio José
Minha mãe mandou buscar
Um pouquinho de café (2x)
Braço pra cima
Braço pra baixo
Agora já sei como é que é
Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé"...

Nenhum comentário:

Postar um comentário