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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Te amar por um dia, valeu por uma vida toda...



Ele sempre a amor, mesmo que a distância, mesmo que platonicamente...
Admirava sua maneira de ser, de se vestir, nas raras vezes que a ouviu...a sua voz...
Não foram poucas a vezes em que se perguntava porque o destino não havia os possibilitado a oportunidade do encontro quando ainda jovens... Não teve nunca tais respostas...
Ter tamanho amor por ela, e não poder se declarar, viver, se permitir acabou sendo pesado demais que resolveu partir...
Procurou então, pelo menos morar onde sempre se imaginava morando com aquela mulher que sempre foi sua razão maior de viver e por consequência, ter a certeza de que sim, o sentimento chamado amor existe de verdade.
Era uma casa de madeira, com uma varanda que dava de frente ao mar, onde o som das ondas que sempre estiveram ali, acabaram lhe fazendo companhia, e ajudaram a suportar a dor desse amor não vivido...
Todos os dias, sentava se a beira do mar, numa pequena pedra e esperava o anoitecer, esperava ver os brilhos das primeiras estrelas que iluminariam mais uma noite, um findar de dia e aprendeu com isso a agradecer por mais essa oportunidade...
Certo dia, como sempre fazia, sentado, duas mãos vindas por trás lhe cobriram seus olhos, como naquela doce e ingênua brincadeira de criança, e sem falar nada, ao primeiro toque, ele pronunciou o seu nome...
Ela imediatamente sentiu se a sua frente e perguntou como ele soube...
Ele respondeu...
- Nunca precisei te tocar para decorar as formas das tuas mãos, a textura da tua pele, o formato de tuas unhas...fácil...
Além do mais, me permiti por todos esses anos, fazer um único pedido que agora se realiza... E por fim, ao teu primeiro toque em meu rosto, meu coração disparou, bateu da mesma forma que batia sempre ao te ver, mesmo que nunca tenha te dito isso...
Me aqueci, tua alma, tua energia me completam...e por fim, teu perfume, jamais esqueci...
Ele então tinha uma dúvida...
- E tu, como me achou...e porque veio até aqui...
- Senti a tua falta, igualmente mesmo que platonicamente...loucura isso né... Mesmo que nunca vivemos e tivemos nada, senti tua fala...e me dei conta de como mesmo que a distância me fazias bem... Mas o que fazes aqui, agora sentado neste lugar....
Ele então colocando o dedo na boca fez sinal para ela parar de falar...
A convidou a sentar ao seu lado, tirar seus calçados...
Ele abriu as pernas e a fez sentar sem sua frente...A abraçou por trás e sussurrando em seu ouvido disse:
- Olhe lá bem no horizonte do mar, do fim do mar...tá quase na hora...
E assim começou o primeiro brilho do nascer da tardeira noite de lua cheia...ela linda, começava a sair e brilhar lá do horizonte do mar...
Na medida que ela ia crescendo, aumentado assim seu tamanho e brilho...ainda baixinho começou a cantar a música que sabia que ela gostava...assim que terminou de cantar e a lua estava totalmente brilhante no céu...trocaram o primeiro beijo, o beijo que ele sempre desejou poder um dia compartilhar...
Pegando em sua mão, juntos foram caminhando até a sua casa...
Assim que ela entra, percebe tanto na estante da sala como na cabeceira da cama, duas fotografias suas, essas "roubadas" há muito tempo de maneira fácil hoje em tempos de páginas em perfis sociais...
A noite chega...
Ela passa a noite com ele...
Trocam carinhos, carícias, beijos com enorme nervosismo, como que dois adolescentes de tempos de colégio...fazem amor...
Trocam numa cumplicidade de sentimentos e de repeito ao seus corpos, energias e prazeres que ambos imaginavam quem sabe, por tudo que jé tinham vivido com outras pessoas, não lhes serem mais permitidos ou até que poderiam estar traindo a memória dos que um dia igualmente disseram que amavam...
Mas foi uma relação e momento muito diferente, especial, único...
Eram ambos maduros, atraídos pelo amor verdadeiro, cheio de cumplicidade, respeito, aceitação de limites e principalmente ver a beleza de cada um num todo, e não apenas e somente na beleza de seus corpos já não tão jovens como um dia...
Se amaram de verdade, em sua plenitude...sem medos, sem mentiras, sem enganos e sem remorsos...
Ele a abraçou, e colados como se fossem um único ser, adormeceram...
O dia amanheceu...ele não a encontrou na cama...
Saiu correndo e foi até onde ela o havia encontrado... Ela não estava lá...
Procurou sentir o seu perfume...também em vão...
Passou seus dedos em seus lábios, e não conseguia mais sentir o gosto do seu beijo...
Foi até o mercado onde costumava fazer suas compras, e perguntou se eles tinham visto a mulher que para eles descreveu...
Ninguém respondeu...
Voltou e foi até a pequena rodoviária levando uma fotografia de sua amada...mais uma vez perguntou e não teve resposta...
Sem entender...esperou anoitecer...
Sentou se no mesmo lugar de sempre...acompanhava as velhas ondas batendo sobre as pedras e procurava respostas para tudo aquilo...
Mais uma vez o brilho de mais um nascer da linda lua cheia o brindou em mais esse dia...
Algo diferente neste e em especial...
Por um minuto ouviu-se o silêncio...
A dor que sentia pelo seu grande amor, ia se atenuando...inexplicavelmente lhe trazia um certo conforto...
Voltou para casa...
Deitou se na cama...e percebeu que ela nunca estivera ali...
Antes de fechar os olhos...olhou mais uma vez apaixonadamente pela sua fotografia...a que ele mais gostava, fechou os olhos, em paz, respirou fundo e adormeceu.,..
Adormeceu, teve um sonho lindo, que lhe foi permitido e nunca mais acordou...

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