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quarta-feira, 13 de julho de 2016

Na minha sessão de terapia...



Em anos e anos de terapia, aprendi que dentro da sala do terapeuta existem três verdades absolutas...
"A que ele me aconselha"...
"A que eu acredito e acabo fazendo, sempre diferente da dele"...
"E a que deveria verdadeiramente ser feita...e essa...o motivo da terapia,...nunca colocada em prática"...
Na saída do consultório a confirmação de horário para a próxima sessão...

Romance de estrada...



Chuva ou sol...
Tempo bom ou ruim...
De bom ou mau humor...
Com ou sem fome...
No pen drive ou no CD...
A estrada sempre será minha melhor companhia de mim mesmo...
Viajo...
Sonho...
Sinto saudades...
Choro...
Reflito...
Vejo pessoas...
Converso...
Bebo café...ruins e bons...
Amo isso...
Amo tu...
E pra sempre te amarei...
Pago meu café...
Ligo o carro...
Não dou bola pro GPS...
O barulho do motor...
Fecho os olhos...
Penso em ti...
E nem que em pensamentos...
Vou te buscar...
Tu estarias me esperando...?
Boa tarde...
Bom sábado...
Até mais...

O Mesmo Manual...



Então...
Tempo feio, chuvoso, e estava na estrada....
Aí, minha imaginação e lembranças vão longe...
Viajo a cada quilômetro rodado...
Em quase 100% das vezes, volto ao passado, onde ainda era criança, de corpo e alma pura, inviolável, não quebrada, não promíscua, com um coração cheio de amor para dar a alguém que pudesse cuidar bem dele...
Minha imaginação, saudades e lembranças vão há um tempo onde acreditava em muitas coisas, muitas pessoas, muitos sentimentos e não queria nada, absolutamente nada além de ser e só ser feliz...
Meus olhos embaralham minha visão da estrada, choro porque não conseguirei por mais que ande milhões de quilômetros, voltar, chegar ao passado para um abraço no meu pai, tomar uma única xícara de café com ele, coisa que nunca fizemos juntos...
Lembranças de amores não correspondidos e outros já com traumas de vários "nãos" guardados apenas para mim, em minha solidão e segredos...
Mas a vida segue e a estrada continua e vou em frente...
Entro numa banca de revistas...
Encontro esse manual...
O mesmo que há muito tempo ganhei com muito esforço do meu pai...
Não penso duas vezes...
Quero fazer e dar a mesma alegria ao meu filho.
Tínhamos quase a mesma idade... ele hoje com 13, devo ter ganho o meu aos 11...
Mais um monte de lembranças me invadem a mente... boas, queridas, saudosas...
Saio...
Entro numa cafeteira, peço meu café preto...
Vem com leite...
Digo pra moça que não precisa trocar, afinal como tô tentando voltar no tempo, a última vez que bebi leite deve fazer uns 40 anos, tá valendo...
Aí como seguiria ser eu mesmo sem ter o que reclamar?
Mesmo assim, duas amigas me divertem em minha reclamações via FB e não consigo continuar brabo...levo na esportiva, coisa rara...
Uma dessas, virtual, não a conheço pessoalmente, a outra, colega de escola, de quando morava em NH, bom, sem ela ter idéia, eu estava tentando exatamente voltar ao tempo que fomos colegas... incrível não?!
Nesse meio tempo, meu filho manda uma foto, via whats, está em casa, com uma "barraca" montada na sala como eu fazia antigamente, feito escoteiro...
Em cima da mesa, o "manual"...
Muitas coincidências para um mesmo dia...
Ligo pra ele, faço suspense que tem presente quando eu voltar...
Claro que não dou dica nenhuma...
Volto, ouço as músicas que me fazem bem, vejo a estrada na minha frente...
Mais sonhos não vividos me atormentam...
Não dá nada...posso não te los vividos, mas sei que estão lá, vivos em partes dentro de mim intactas, onde ainda existe um resto de quem na minha verdadeira alma e ser tento preservar...
Passo na sua casa...
Entrego o presente...
Recebo um abraço...
Ouço colado no ouvido um obrigado pai, te amo pai...
O mesmo abraço que há muito tempo, uns 40 anos eu dei...
Hoje eu recebi de volta...
De um filho...
Mesmo torto e cheio de erros, agora como pai...
Bom sábado...