Fazendo compras para vir a praia...
Por traz de mim, ouço me chamarem...
- Mano...
Em rápida tentativa para descobrir quem teria me chamado, o leque será menos de 5 pessoas que me chamam assim, fora minha família onde ninguém, exatamente o oposto, me chamam de Ricardo...
Em resumo...
Pessoas que não são da família, não encho uma mão, 5 pessoas se muito que me chamam assim...e na família, ninguém me chama de Ricardo...
Entre essas menos de 5 pessoas, só poderia estar uma em especial, que assim me chama e sempre chamou, mas antes vamos voltar um pouquinho no tempo...
Vamos voltar para 1976, para o Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, o Castelinho...
Lá minha prima Silvana, tinha uma amiga, e essa, era, sempre foi simplesmente linda em todos os sentidos.
Era um sonho como mulher, para caras como eu, inatingível, uma mulher linda, de rosto, simpatia, de corpo, uma verdadeira "musa inspiradora", para quem quisesse escrever textos ou poesias sobre e ou relacionadas a mulheres.
Ela com um pouco mais de idade do que eu, costumava mandar "ois" carinhosos no horário do recreio, já que ela ficava pelos corredores observando a movimentação das quadras, o pátio, onde eu costumava brincar, jogar bola com meus colegas.
Lá de vez em quando ouvia um "Oi Mano!" em alto e bom som, acompanhado de um sorriso lindo e apaixonante,e um aceno com a mão, e nesses gestos, meu olhar para retribuir tamanho carinho, eram acompanhados de batimentos cardíacos acima da média, um olhar com brilho de começo de adolescência, e porque não, lá no fundo, nem em que meus mais íntimos de secretos sonhos, igualmente sonhos de ficção de "ah, já pensou de um dia isso fosse mais que amizade e carinho pelo primo da amiga!?"
E assim foram anos e anos de "colegas", mesmo que em turmas separadas, essa "relação" de amizade e carinho que por um bom tempo durou.
Mas o tempo passou, ala cresceu, casou, teve filhos...
Eu cresci, na idade pelo menos, não de cabeça e maturidade, e como tudo na vida, faz as pessoas mudarem...
Eu engordei, tenho cabelos brancos, e nada lembra aquele guri, tive meu filho...
Mas ao me virar, agora voltando a 2017, vi que ela nada ou pouca coisa mudou...
Pode hoje ser uma mulher, mas ainda mantém a mesma carinha de menina que muito me encantava lá de cima da sacada do antigo colégio.
Ainda tem um corpo maravilhoso e escultural, ela se cuida e devem ser resultados de bons hábitos de saúde, atividades físicas, bem diferentes do dos meus...
Ela ainda tem a mesma voz delicada, que me proporcionou a ouvir meu "nome" para os muito, mas muito íntimos que assim tem essa liberdade, e voltei literalmente no tempo em estar ali, junto, pertinho dela, conversando como se nossa última conversa tivesse acontecido no horário do recreio do dia anterior.
Entre alguns rápidos assuntos, até porque, fui pego de "surpresa" e como bom virginiano, não gosto de não estar preparado, ouvi dela que ela me "lê" todos os dias...
Ai, muito surpreso é verdade, tentei já de saída me desculpar palas infinitas e incontáveis merdas que escrevo, principalmente de cornos azedo...
Ela deu uma pequena risada e disse:
- Nem esquenta, gosto mesmo assim, és autêntico e sem frescura e nhem nhem nhem, escreve o que sente, o que quer falar e tá certo...leiam ou não, gostem ou não, esse é tu na integralidade!
Falou que acompanha minhas broncas com meu vizinho e por ai vai...
Depois desse rápido e maravilhoso encontro que muitas coisas boas me fizeram sentir e principalmente voltar no tempo, que adoro o passado, perguntei sobre planos, filhos, moradia, etc, nos despedimos.
Foi maravilhoso, não sabia que mesmo sendo assim, existem pessoas que tem por mim carinho e nesse caso, de 40 anos trás...
Que os planos dela se realizem, assim como os meus, e que saibas do fundo do meu coração, que por toda minha vida poderás sempre me chamar de "Mano", pois ouvir com a tua voz, é alimento a minha alma adolescente.
Bom Dia Galera do FB.
Tá vendo... depois sou eu... :(
ResponderExcluir